Sesc Pinheiros prorroga exposição Um Defeito de Cor até 26 de fevereiro de 2025
novembro 02, 2024
Crédito: Paulo Pereira
Além da ampliação do prazo para visitação, ação educativa paralela à mostra toma inspiração no romance homônimo de Ana Maria Gonçalves
Aberta no Sesc Pinheiros em 25 de abril, a exposição Um Defeito de Cor estava prevista para ser encerrada em 1º de dezembro de 2024. No entanto, devido ao sucesso de público, a mostra inspirada no romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves foi prorrogada. Em cartaz até 26 de fevereiro de 2025, a exposição é disparadora para uma robusta grade de ações educativas que celebram os temas da história do Brasil e a narrativa do romance.
Os números sintetizados até aqui impressionam: exposição já foi vista por cerca de 115 mil pessoas, sendo que mais de 58 mil delas participaram de visitas mediadas. Nas oficinas realizadas em paralelo à mostra, 451 pessoas integraram as atividades; entre os grupos que também participaram destas visitas, foram atendidos 353 grupos ligados à diferentes instituições de ensino. Confira as atividades no final deste texto
Sobre a exposição Um Defeito de Cor
Dividindo a curadoria com a escritora, Ana Maria Gonçalves, Marcelo Campos e Amanda Bonan, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), construíram em conjunto de forma imagética a trajetória do romance, uma obra de imersão com quase mil páginas. Da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana foi concebida a exposição Um Defeito de Cor, que reúne 131 artistas (77 vivos e 37 já falecidos). A exposição também compreende trabalhos de 17 artistas, como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes, que foram convidados a produzir obras inéditas. Tomando os dez capítulos do livro como metodologia de divisão de núcleos temáticos e proposta expográfica, a mostra foi elaborada em uma estrutura circular de fruição em que transborda as questões da ancestralidade em suas visualidades. Além dos curadores, fizeram parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente. Antes da vinda para o Sesc Pinheiros, a itinerância de Um Defeito de Cor passou pelo MAR e marcou a reabertura, após um hiato de três anos, do Museu da Cultura Afro-Brasileira - Muncab, fazendo uma importante triangulação entre instituições e a abrangência de públicos entre Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Na votação anual da revista de arte seLect_ceLeste, Um Defeito de Cor foi eleita a Melhor Exposição de 2022.
PROGRAMAÇÃO - AÇÃO EDUCATIVA
Diálogos entre o rap e Um Defeito de Cor
O objetivo da visita é relacionar a linguagem musical e a linguagem visual da exposição para levantar reflexões a respeito da vida periférica, as compreensões sobre as mudanças que aconteceram na história do Brasil desde o período colonial por meio de um passeio pelo espaço ouvindo uma seleção de músicas do rap nacional.
A atividade consiste em uma visita que irá aprofundar as histórias que são contadas nos tecidos da artista Goya Lopes em diálogo com as vivências e experiências do público. Após a visita, os participantes serão convidados a realizar uma ação prática e coletiva para bordar suas próprias histórias a partir das obras apresentadas.
A atividade toma como ponto de partida a tradição oral dos griots, que são contadores de histórias que narram os acontecimentos de um povo e passam conhecimentos e lendas para as gerações futuras. Pode-se, com isso, relacionar a atividade também à oralitura, conceito proposto por Leda Maria Martins que coloca a oralidade como produtora de conhecimento tendo a mesma força da leitura.
Este encontro parte da premissa de que a periferia urbana é composta por tensões raciais que configuram uma identidade que precisa ser vista à luz de suas características próprias e que o funk é uma manifestação cultural que, para além da sonoridade, influencia a moda, o estilo de vida e o comportamento da juventude.
A oficina possibilita explorar duas linguagens muito bem elaboradas na exposição: literatura e imagem. Por meio delas será discutido como traduzir para os quadrinhos histórias afetivas que valorizem individualidades, mesmo quem não é alfabetizado pode contar suas próprias histórias por meio da narrativa visual.
Amefricanidades: experiência negra e sua contribuição na formação do Brasil
A oficina tem como objetivo utilizar as pesquisas de Lélia González, seu conceito de Amefricanidade e a grande pesquisa de Ana Maria Gonçalves como referências para pensar a experiência negra e sua contribuição para formação do Brasil.
Dia 20/11, quarta | Espaço Expositivo 2º Andar | Grátis
Não recomendado para menores de 12 anos
O Samba pelas Yabás
A visita propõe utilizar as obras visuais do espaço expositivo para traçar uma linha comparativa na história do samba e do protagonismo das mulheres negras na sua transformação, tomando como ponto de partida Tia Ciata, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara e Leci Brandão.
Roda de samba visa explorar a musicalidade provocada pelas obras do espaço para envolver o público numa das principais manifestações musicais negras: o samba. Será uma exploração pelo protagonismo feminino negro no samba como manifestação cultural que converge religião, ancestralidade e afirmação de existência.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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