Rock in Rio Brasil e Ecad: números marcantes e músicas mais tocadas nos 40 anos de história
setembro 19, 2024
Festival foi o primeiro de grande porte no país a pagar direitos autorais e este ano recebe Selo de Reconhecimento do Ecad
Há 40 anos, o RockinRio Brasil nascia já com um line-up impactante: artistas e bandas nacionais e internacionais como Queen, Iron Maiden, Scorpions, James Taylor, Rod Stewart, Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso, Alceu Valença, Ney Matogrosso, Erasmo Carlos e Gilberto Gil, entre outros, reuniram cerca de 1,8 milhão de pessoas na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. O festival foi o primeiro de grande porte no país a remunerar os autores das canções que tocam em seus palcos, por meio de pagamento feito ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). A história do RockinRio Brasil com o direito autoral de música já se estende por suas dez edições (1985, 1991, 2001, 2011, 2013, 2015, 2017, 2019, 2022 e 2024) e acumula números marcantes. Este ano, o festival recebe do Ecad o Selo de Reconhecimento pela primeira vez por respeitar os criadores musicais e fazer o licenciamento musical em todas as suas edições, dando o exemplo de conscientização que deveria ser seguido em prol da sustentabilidade de toda a indústria musical.
“A música é um dos fatores mais relevantes do sucesso do RockinRio em seus 40 anos de história. O investimento em música e consumo a cada edição é alto e, felizmente, os organizadores reconhecem a importância de remunerar o criador que, em muitas vezes, não estará nos palcos e não terá participação nos cachês musicais. Valorizar o talento criativo dos compositores é um exemplo que o RockinRio dá ao mercado de shows no Brasil, que ainda enfrenta tanta inadimplência e falta de respeito por parte das iniciativas pública e privada. Quero parabenizar o RockinRio por todo o pioneirismo e história nesses 40 anos”, afirma a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
Luis Justo, CEO da Rock World, empresa que criou e organiza o The Town e o RockinRio, explica que a história do festival com o Ecad começou lá em 1985 e, desde então, o RockinRio, que sempre entendeu a importância do olhar na cadeia de produção de forma macro, segue lado a lado para, por meio do Escritório, remunerar os autores que são responsáveis pelas músicas que as 100 mil pessoas estão cantando naquele momento. “Desde 85, do nosso primeiro festival, o Ecad sempre foi um grande parceiro, por facilitar a vida de todos a poder cumprir este papel de remunerar o criador por trás daquela obra. E, desde 2011, tentamos ir além: mais do que apenas usar o serviço do Ecad como arrecadador nos permitindo chegar até o autor, mas também entendemos o papel do RockinRio como uma plataforma de divulgar e mostrar para outros produtores a importância do Ecad fazendo este elo entre o que está sendo ouvido e admirado e o autor, que muitas vezes não está ali presente. Ao longo dos anos vemos o Ecad como um parceiro que viabiliza continuar fazendo essa roda girar e seguir que o autor continue a ser remunerado pelas suas obras”.
Mais de 8 mil compositores e artistas nacionais e estrangeiros foram contemplados com direitos autorais de execução pública de suas músicas tocadas nas edições do RockinRio. O festival já contemplou titulares de música de 32 países, além do Brasil. De acordo com o Ecad, as dez nações que tiveram mais representantes até agora foram Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Suécia, Holanda, Canadá, Austrália e Itália, nessa ordem.
Os compositores estrangeiros também têm seus direitos autorais de execução pública garantidos no Brasil pelo Ecad. Isso porque as associações brasileiras da gestão coletiva da música possuem contratos de representação com sociedades da mesma natureza em diversos países, o que torna possível que os estrangeiros recebam seus respectivos direitos autorais quando suas músicas são tocadas no Brasil. Nesses casos, o Ecad arrecada os valores e distribui para as associações brasileiras, que os repassam para as associações estrangeiras e, em seguida, para os compositores.
Para garantir a distribuição dos valores arrecadados, o Ecad recebe os roteiros musicais dos shows realizados no RockinRio e também faz a gravação das músicas tocadas nos dias do evento em todos os palcos. Até a edição de 2022, o Ecad já contabilizou um total 2.233 horas gravadas em 44 dias e em 37 palcos. Em média, são gravadas 372 horas por edição.
De todos os valores arrecadados pelo Ecad na execução pública de músicas, 85% são destinados a compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos. Outros 15% são distribuídos para a gestão coletiva, formada pelas associações de música e pelo Ecad, para suas atividades e operações no país (9% para o Ecad e 6% para as associações de música).
As mais tocadas
Outro estudo do Ecad apontou que a música mais tocada em todas as edições do RockinRio Brasil foi a canção-tema do festival. As edições em que a música mais tocou foram em 2022 e 2013.
O top 5 do ranking das músicas mais tocadas no RockinRio fica completo com "Sweet child o' mine", música da banda Guns N' Roses, "We Will Rock You", canção da banda Queen, "Come together", um dos clássicos dos Beatles, e "Bohemian Rhapsody", outra canção do Queen.
O Ecad também listou a música mais tocada em cada edição do RockinRio e seus compositores:
1991 – Eyes without a face (Billy Idol/Steve Stevens) 2011 – Asa branca (Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga) 2013 – RockinRio (Nelson Wellington/Eduardo Souto) 2015 – Hit that jive, Jack (Nat King Cole) 2017 – Highway to hell (Angus Young/Malcolm Young/Bon Scott) 2019 – We will rock you (Brian May) 2022 – RockinRio (Nelson Wellington/Eduardo Souto)
Veja abaixo as 20 músicas mais tocadas nas edições do RockinRio Brasil (edições de 1991 e de 2011 até 2022)
Posição
Música
Autores
1
RockinRio
Nelson Wellington/Eduardo Souto
2
Sweet child o' mine
Slash/Steven Adler/Mac Kagan Duff Rose/Izzy Stradlin/Axl Rose
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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