"Não Me Olhe Assim": intenso e visceral, novo single de Warley Noua traz os afetos e desafetos para a voz da pessoa não binária
agosto 06, 2024
Fotos: Maryana Alves
"Ninguém passa batido por mim", com essa frase, Warley Noua resume a fonte de suas inspirações artísticas. Com olhar atento e sensível, suas próprias vivências viram música. Em "Não me Olhe Assim", o fio condutor é o fim de uma relação, que traz reflexões sobre o afeto e o ego.
Intenso e visceral, o novo single "Não Me Olhe Assim" mescla melodia com poesia. Tanto na letra, quanto na sonoridade, apresenta semelhanças com Cazuza, grande nome da MPB que também fazia da arte um espaço para "se rasgar". Em sua carreira na música, além das autorais, Noua se apresenta em casas de show de São Paulo com repertório de Cazuza e Caetano Veloso, artistas que dialogam com sua sensibilidade e estilo performático.
O single é o quinto lançamento de 2024 da Coletânea Clam, do coletivo e selo musical Projeto Clam, que está há 17 anos na linha de frente da arte e cultura da cidade de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. A Coletânea Clam reúne singles de artistas da cena independente da cidade. Ao longo do ano, haverá 1 lançamento por mês com o intuito de manter o público em contato com as obras e com o projeto como um todo, que se encerra no fim do ano com exposição de fotografias e um festival musical.
Noua é multiartista atuante na cena cultural da cidade de Guarulhos desde 2010. Durante sua trajetória na música, canta, compõe, atua e performa, convidando o público para reflexões sobre as estruturas e os dogmas da sociedade, majoritariamente dominada por homens cisgênero, brancos e heterossexuais. Com interpretações, Warley apresenta performance que captura a atenção do público e o insere na narrativa de sua vida como pessoa não binária.
A temática dos afetos também está presente em suas apresentações, como no set "Músicas feitas para relacionamentos que não deram certo", apresentado no Afrojam, jam que reúne artistas negros semanalmente no Mundo Pensante (SP).
Identidade visual
Para incentivar diversas formas de arte, o Projeto Clam convidou as artistas Bruna Diniz e Maryana Alves, para realizar a capa e a fotografia do single em um diálogo entre música e artes visuais. Os artistas fizeram uma interpretação da obra de Noua.
“A capa de “Não me olhe assim” vem do Mito de Narciso que se apaixona perdidamente pelo próprio reflexo. no caso da capa, especificamente, é uma mulher que vê no reflexo seu amado, e que nessa relação ambígua entre amor e ódio, se apaixonam pelo próprio ego de ambos", conta Bruna.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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