PROJETO ESPECIAL DA SÃO PAULO ESCOLA DE DANÇAESTREIA ESPETÁCULO NO MASP
maio 28, 2024
Da autoria de Anselmo Zolla, a obra “E Assim Foi…”, criada para os estudantes da Escola será apresentada, pela primeira vez, em 4 de junho
Cena de "E assim Foi...", de Anselmo Zolla. Foto: Charles Lima
O Projeto Especial em Dança da São Paulo Escola de Dança, formado por estudantes dos seus Cursos Regulares, estreia no dia 4 de junho, às 20h, no Auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP), a coreografia "E assim Foi..." de Anselmo Zolla. A primeira noite completa de apresentações do grupo também conta com a apresentação de “Cartas de Amor” e a noite encerra com “Opon Ifá e a Dança dos Búzios”, apresentada pelos estudantes do Curso de Teatro Musical da Escola. A entrada é gratuita. A SPED é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, com gestão da Associação Pró-Dança e direção artística e educacional de Inês Bogéa.
"E Assim Foi..." é uma fábula contemporânea a partir de imagens que fazem parte da paisagem da fauna e flora, narradas como elementos de lendas e mitos da região amazônica. “Dois grupos de seres humanos habitam a grande floresta e, a partir do encontro de jovens, um de cada grupo, rompem-se tabus, interditos e tradições de seus respectivos círculos sociais, aproximando as duas comunidades. As descobertas de suas diferenças e semelhanças ocorrem em etapas, na alternância dos ciclos de suas rotinas, festas, alimentação e rituais. A aproximação dos grupos os faz esquecer os medos impostos por tanto tempo. Ao se tocarem, finalmente acontece a grande transformação da criação da Lua Cheia e do Grande Rio de água doce”, conta Zolla, que teve esta ideia de concepção em uma viagem para a Amazônia.
A obra conta com dramaturgia de Andrea Cavinato, trilha sonora de Joaquim Tomé, locução de Tuna Duwek e ensaios de Anderson Ribeiro, com colaboração de Andrea Yonashiro. “Quando Anselmo me procurou, ele já veio com a ideia de que a obra fosse inspirada na região Norte, com dois grupos distintos, onde um viraria rio e o outro, Lua. Ele também propôs a ideia de lenda. Quando eu comecei a minha pesquisa, encontrei a lenda da formação do rio Amazonas, lendas da região que somadas a algumas frases do texto ‘Cobra Norato’ (1921) do poeta Raul Bopp (1898-1984), cantigas da cultura popular, frases de contos, entre outras referências, que me ajudaram a compor esta dramaturgia”, fala Andrea.
“Tivemos cinco versões. A primeira com a ideia e a poesia, a segunda para vermos o estilo, a terceira para dividirmos as partes dos grupos, a quarta para encaixar a dramaturgia no material que o Zolla já havia criado e a quinta e última que sintetizamos o tempo. Como eu sabia que a Tuna Duwek iria fazer a narração, pensei em uma síntese poética das imagens com poucas frases, mas a ideia de oralidade que dialoga com a sonoridade”, completa.
A trilha sonora de Joaquim Tomé com locução de Tuna serve como fio condutor da obra para oferecer uma camada mais psicológica e acomodar melhor a ação na cena. Isso será desenvolvido como um Leitmotif, com o intuito de pontuar personagens e poder o auxiliar no desenvolvimento da trama, criando reconhecimento. Como por exemplo, o carimbó que traz o lúdico, o regional, a celebração e o ritual, que são elementos presentes na trama, ao mesmo tempo que nos permite, a partir dele, trazer sonoridades menos formatadas pela sua rusticidade musical.
“Essa apresentação é o resultado da união de um grupo que criou uma obra singular que possui o tempo narrativo de uma fábula. É um tempo mítico, dos ciclos da natureza, das estações do ano, das marés, das fases da lua, e da alternância entre o dia e a noite, nas rotações dos planetas que, colocados em metáforas, originam uma linguagem poética”, comenta Inês Bogéa.
O espetáculo busca promover o compartilhamento de experiências e valorizar a diversidade das ações em dança no estado de São Paulo, celebrando as diferentes expressões artísticas cultivadas pela instituição. Vale destacar um ponto fundamental que é a reciclagem de figurinos e cenários doados para a São Paulo Escola de Dança pelo Studio 3 Cia. de Dança, ampliando a conexão com o mundo em que vivemos.
OUTRAS APRESENTAÇÕES
A primeira noite completa de apresentações do grupo também conta com a apresentação de “Cartas de Amor”. A noite encerra com “Opon Ifá e a Dança dos Búzios” apresentada pelos estudantes do Curso de Teatro Musical da Escola.
A primeira aborda o reconhecimento de si diante da partida de uma pessoa amada. Em cena, os intérpretes revelam a potência da dança em uma obra multifacetada e dinâmica. Com direção artística e educacional de Inês Bogéa, “Cartas de Amor” é composta por “Mergulho”, de Sérgio Rocha ao som do “1º movimento do Quinteto de Cordas”, de Clóvis Pereira; “Lamento de Orfeu”, de Kátia Barros, com “Amor em Lágrimas”, de Vinícius de Moraes e Cláudio Santoro; “O Último Beijo”, de Vinícius Anselmo com “Ouve o Silêncio”, de Vinícius de Moraes e Cláudio Santoro; “Aqua”, de Cláudia Palma, com “Se Todos Fossem Iguais a Você”, de Tom Jobim e “O Samba de Orfeu”, de Leilane Teles, com “Samba de Orfeu”, de João Donato. As músicas foram interpretadas e gravadas pelos estudantes da Escola Tom Jobim, com direção artística e pedagógica de Paulo Zuben.
Já a segunda, “Opon Ifá e a Dança dos Búzios”, será protagonizada por 31 estudantes do Curso de Teatro Musical da Escola, coreografados por Zuba Janaína. “Opon Ifá se apresenta à sua frente. Um tabuleiro de adivinhação onde os Búzios dançarão. Cada concha carrega perguntas e respostas sobre o destino das pessoas, seus caminhos, problemas e desejos. Mas esteja alerta, os Búzios podem aportar uma direção”, descreve a coreógrafa.
SOBRE ANSELMO ZOLLA
É diretor artístico, professor de dança contemporânea e diretor artístico da Studio3 Cia. de Dança, de São Paulo. É curador da Semana Paulista de Dança/MASP. Atuou como bailarino nos teatros alemães de Kaiserslautern e Wiesbaden, criou obras para a Azet Dance Company e os Teatros de Heidelberg, Mannheim e Kaiserlaustern. Na Alemanha, em 1996, recebeu o Prêmio Shakespeare por “Romeu e Julieta”. No Brasil, trabalhou no Balé da Cidade de São Paulo, na Quasar Cia. de Dança e ao lado Deborah Colker. Coreografou os musicais “Jesus Cristo Super Star” e “New York, New York”, pelo qual recebeu o prêmio de Bibi Ferreira de melhor coreógrafo. Entre as suas criações destacam-se: a ópera “Sonho de Uma Noite de Verão” (2008), “Rigoletto” (2009), “Cartas Portuguesas”,“O Corpo e a Música” - especialmente para a exposição em homenagem aos 80 anos do Maestro João Carlos Martins –, “Pessoas” (2022) e “Rasga o Coração” ao lado de William Pereira, “Pés Descalços” (2022), com José Possi Neto, “Paris” (2023), com Jorge Takla, entre outros.
SERVIÇO:
Grupo Especial de Dança da São Paulo Escola de Dança estreia “E Assim Foi...”, de Anselmo Zolla e apresenta “Cartas de Amor”, de diversos criadores e “Opon Ifá e a Dança dos Búzios”, de Zuba Janaína.
Quando: 4 de junho (terça-feira), às 20h
Onde: Auditório do MASP (Avenida Paulista, 1578)
Ingressos: Entrada gratuita
SÃO PAULO ESCOLA DE DANÇA
Criada em 2022 pelo Governo do Estado de São Paulo, a São Paulo Escola de Dança é uma instituição comprometida em dar voz e espaço consistente para a reflexão, o aprendizado e a troca de saberes a partir da especificidade da dança interligada com todas as linguagens artísticas com foco em uma imprescindível valorização da pluralidade. Ela se estrutura em quatro eixos de atuação: Cursos Regulares, que têm como objetivo oferecer formação em caráter técnico; Cursos Livres, que tem por objetivo promover o acesso a linguagem da dança para população em geral – a partir de 13 anos; Cursos de Extensão Cultural, que visam contribuir para a criação, produção e discussão da dança; Oportunidades e Projetos Especiais, que possibilitam ações afirmativas e de permanência a estudantes de baixa renda e/ou em vulnerabilidade social.
DIREÇÃO ARTÍSTICA E EDUCACIONAL | INÊS BOGÉA é doutora em artes, bailarina, documentarista, escritora. Diretora artística e educacional da São Paulo Companhia de Dança e São Paulo Escola de Dança. É professora nos cursos de especialização Arte na Educação da Universidade de São Paulo e Pós-Graduação em Linguagem e Poética da Dança da Universidade Regional de Blumenau. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo. Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo (2001-2007) e integrou o júri técnico do quadro Dança dos Famosos do programa Domingão do Faustão (2016-2021). É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de 50 documentários sobre dança.
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Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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