Racismo estético e a transição capilar como ferramenta para autoestima e resiliência

novembro 20, 2023






Difícil de acreditar que nos dias de hoje o cabelo e a cor da pele, ainda despertam preconceito e discriminação racial, principalmente no ambiente de trabalho. O racismo estético tem raízes na construção histórica, com efeitos extremamente prejudiciais às mulheres e aos homens negros. Para que muitas mulheres se sintam acolhidas e consigam resgatar a ancestralidade, Juninho Loes, especialista em cabelos crespos e cacheados, ressignifica esse padrão que as isentam da beleza natural, a partir da transformação capilar.

Um dos maiores símbolos da negritude, o cabelo é considerado um sentimento de orgulho; por isso, assumir o natural e não utilizar mais químicas alisadoras tornou-se um processo de resistência, reconhecimento da identidade, e reconquista da autoestima e da autoconfiança. Infelizmente, em muitos casos, profissionais negros não são bem avaliados, e nada se deve ao fato de suas qualificações, mas devido à cor de sua pele e cabelo.

Segundo o cabeleireiro, para a mulheres confrontarem as mazelas do machismo e racismo estético, elas precisam ter segurança existencial e se adequarem ao modelo eurocentrista do mercado para pequenos avanços, isso faz com que cada vez mais tenham que disfarçar suas características para serem aceitas em inúmeros formatos de negócio. A solução seria aumentar os projetos de diversidades, os grupos afros e as implementações de políticas públicas nas empresas, trazendo ainda, opções para a mudança existencial e de pertencimento da comunidade negra no trabalho, para que haja cada vez mais a ocupação de cargos de poder e decisão, sem ser outro para ser alguém em potencial.

Para a mulher resistir ao racismo estético e mostrar a força e beleza que tem ao assumir o cabelo natural, acredito que o início de tudo é o letramento racial, tendo em vista que a nossa história foi apagada, e para muitas mulheres as violências sofridas no espaço corporativo passam a ser normais e aceitáveis. À medida que o afrocentrismo faz parte da educação, o empoderamento direciona novas condutas e comportamentos que ditam sobre ela, a aceitação passa ser um convite de resgatar sua identidade ancestral em todos os aspectos. Com isso, a transição se torna um processo menos doloroso, visto que muitas delas não possuem memória afetiva de como era o cabelo, por isso abandonar as químicas, aceitar os fios naturais é quebrar paradigmas, essa transformação sem dúvida, é uma revolução social e política”, diz Juninho.

Juninho é criador do movimento “Nunca Foi Só Cabelo”, que resgata a origem capilar do cabelo crespo e empodera as mulheres por meio da transição capilar, descontruindo os padrões impostos, tornando-as pertencentes de sua plenitude. Considerado por suas clientes, o “mago dos cachos e crespos”, seus métodos exclusivos se destacam pela ousadia e promove além da beleza, a autoaceitação a partir da mudança da história individual de cada uma delas.

Com sua vasta experiência de quase 20 anos, Juninho descobriu seu talento através do seu irmão Fábio Loes, sócio no salão Loes Saúde e Beleza e da linha própria de produtos para cabelos Tikkun Olam. O hair stylist é formado pela Dudleys University e Cosmetologia capilar, Visagismo pelo Método Philip Hallawell e Educador Capilar pela Federação das Escolas profissionais de Cabeleireiros de SP. Em 2018 desenvolveu um projeto de diversidade em Angola, que teve como objetivo valorizar e ensinar soluções em tratamento e finalização para os diferentes tipos de texturas de cabelos.

O salão Loes Saúde & Beleza está localizado na Zona Sul de São Paulo, para saber mais, acesse: Loes Saúde & Beleza: www.instagram.com/loesoficial e Juninho Loes: www.instagram.com/juninholoes

 

 



Você poderá gostar também

0 comentários

Deixe sua opinião sobre o post: Não esqueça de curtir e compartilhar

snapwidget

Subscribe

//]]>