BALLET STAGIUM APRESENTA DUAS OBRASDE SEU REPERTÓRIO,DE 9 A 11 DE JUNHO, NO TEATRO J. SAFRA

junho 03, 2023

“SONHOS VIVIDOS” - 2019

Um mergulho singular na obra da cantora Elis Regina

 

CORDAS DO CORAÇÃO - 2023

"O CONTEMPORÂNEO NEM SEMPRE RESIDE NO PRESENTE"

Mário de Andrade

 

Direção: Marika Gidali - Décio Otero


Créditos Emídio Luisi

 

“SONHOS VIVIDOS” - 2019

Um mergulho singular na obra da cantora Elis Regina

 

  “Sonhos Vividos” traça um percurso poético em que subjazem as relações da história recente do país. Criação de Décio Otero e direção teatral de Marika Gidali, “Sonhos Vividos” percorreu um longo caminho, até se materializar em linguagem coreográfica. Elis Regina Carvalho Costa, a Elis Regina, ao longo dos anos tornou-se uma artista em constante processo de investigação nas obras do Stagium.

  Elis Regina passou como um furacão pela Música Popular Brasileira entre a década de 1960 e o início da década de 1980. Qualidade vocal, presença de palco e personalidade colocaram Elis na história como uma das mais importantes cantoras e intérpretes do Brasil. Ela própria se dizia uma cantora eminentemente brasileira. Elis foi uma espécie de porta-estandarte na defesa da música popular brasileira. Poucos meses antes de sua morte disse: “Não tenho tempo para desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessoas”. Repórter do seu tempo, pintou com sua necessidade de cantar o retrato de uma sociedade.

 

CORDAS DO CORAÇÃO - 2023

 

"O CONTEMPORÂNEO NEM SEMPRE RESIDE NO PRESENTE"

                                                                                         Mário de Andrade

 

  A mais recente obra do Stagium tem inspiração na trilha sonora em que Albert Schweitzer criou mesclando músicas de Johann Sebastian Bach com músicas africanas. Albert Schweitzer (1875-1965) foi um teólogo, filósofo, médico e músico alemão. Ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1952. O cerne de sua filosofia está num grande diálogo entre os seres vivos e o mundo, para ele cada ser humano deve considerar sagrada toda e qualquer vida.

   Em "Cordas do Coração" o diálogo acontece entre a música de Bach, a música caipira e o toque de viola. Além de homenagear nossas raízes profundas o Stagium segue em sua busca de uma brasilidade, ultrapassando rótulos e modismos. Músicas antológicas como "Tristeza do Jeca" de Angelino de Oliveira, que em 2018 completou cem anos, e "Viola Quebrada" de Mario Andar de cujos versos nos transportam para a alma do artista, "Cordas do Coração" amplia o diálogo com as palavras/versos de Rolando Bondrin, um dos maiores divulgadores da autentica música brasileira e grande contador de "causos" destas terras. Por seu empenho em ressaltar a cultura nacional, em 2010 a Escola de Samba Pérola Negra, em sua homenagem, veio com o enredo "Vamos Tirar o Brasil da Gaveta".

    A transversalidade de "Cordas do Coração" nos impulsionam para a compreensão das nossas relações criando eixos geradores de saberes e emoções.

                                                                                                    Décio Otero

Serviço

BALLET STAGIUM

"Sonhos Vívidos" e "Cordas do Coração"

Ideia e coreografia: Décio Otero

Direção Teatral: Marika Gidali

Músicas: Mário de Andrade, Angelino de Oliveira, Johann Sebastian Bach

Texto: Rolando Boldrin

Bailarinos: Adria Sobral, Bruna Costa, Eduarda Julio, Gabriela Bacaycoa, Rafaella Scotti, Eugênio Gidali, John Santos, Jonathan Neves, Jean Linconl, Marcos Palmeira, Pedro Vinícius Bueno, Pedro Fernandes.

Desenho de Luz: Décio Otero

Iluminação: Fernanda Guedelha

Produção: Marika Gidali, Antonio Marcos Palmeira e Fabio Villardi

 

Temporada:  de 9 a 11 de junho. Sex e Sab, às 21h; Dom às 19h.

 

Gênero: dança

Classificação: Livre

Duração: 70 min

Ingressos: entre R$ 20 e R$ 50

Compras online: https://www.eventim.com.br/artist/balletstagium/?affiliate=JSA

Bilheteria

Quartas e quintas – 14 às 21h

Sextas, Sábados e Domingos – 14h até o horário dos espetáculos

Aceita os cartões de débito e crédito: Amex, Dinners, Elo, Mastercard, Visa e Hipercard. Não aceita cheques. 

Telefone da bilheteria: (11) 3611-3042

 

Teatro J. Safra

Endereço: Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda - São Paulo – SP 

Telefone: (11) 3611 3042 e 3611 2561

Abertura da casa: 2 horas antes de cada horário de espetáculo, com serviço de lounge-bar no saguão do Teatro. 

Capacidade da casa: 627 lugares 

Acessibilidade para deficiente físico 

Estacionamento:

Valet Service (Estacionamento próprio do Teatro) - R$ 30,00 

 



                                                 APOIO

 

BREVE HISTÓRICO DO BALLET STAGIUM

 

Tecendo a História

Pelo Jornalista, dramaturgo e escritor Oswaldo Mendes

 

São 51 anos com pés no presente, olhos no futuro e um passado único. São 51 anos dançando o Brasil, a sua gente, o seu tempo. Dançando a violência do Holocausto, a luta dos mineiros do Chile e o garimpo de ouro em Serra Pelada na Floresta Amazônica. Dançando o tango de Astor Piazzolla, a resistência dos índios brasileiros em Kuarup e a ruptura artística e nacionalista dos modernistas de 1922. Dançando o futebol, a América Latina, Coisas do Brasil e Dona Maria 1ª, a Rainha Louca, e a resistência dos escravos nos Quilombos. Dançando a música brasileira. A popular de Chico Buarque a Elis Regina, de Dorival Caymi a Carmen Miranda, de Adoniran Barbosa e Quinteto Violado a Ary Barroso, de Milton Nascimento a Egberto Gismonti e Geraldo Vandré. E a erudita contemporânea de Villa-Lobos, Cláudio Santoro, Almeida Prado e Ayrton Escobar. Dançando a literatura em “A Infanticida Marie Farrar” de Bertolt Brecht, em “Diadorim” de Guimarães Rosa, em “Os Estatutos do Homem” do poeta Thiago de Mello, e o teatro em “Navalha na Carne” de Plínio Marcos. São 51 anos dançando em qualquer espaço. No Brasil, nas Américas, na Europa, na China. No meio da revolução sandinista na Nicarágua ou nas ruínas de Áquila na Itália. Nas favelas do Rio de Janeiro e em uma barca navegando pelo Rio São Francisco. Em escola de samba no Carnaval, em presídios, no parque indígena do Xingu, em escolas públicas ou históricos palcos. Sem preconceito. Sem fronteira. Sem intolerância estética, política ou ideológica.

Outubro de 1971. O Brasil vivia o momento mais agudo da ditadura militar instalada em 1964. A tesoura da Censura agia sobre a imprensa e, em especial, sobre o teatro e a música popular. Márika e Décio tinham necessidade de romper amarras e limites para alcançar um público além daqueles habituais consumidores de dança. No diretor de teatro Ademar, o Stagium encontrou o ponto de referência artístico e intelectual para desenvolver a sua dança. Isso os levou ao encontro de novas plateias, estabelecendo uma troca que consolidou o tripé das indagações a orientar o trabalho da companhia: o que dançar? Para quem dançar? E como dançar? Sem abandonar o rigor da técnica, os bailarinos se impunham ao lado do seu fazer artístico, serem cidadãos comprometidos com o seu país e o seu tempo.

Como testemunha de sua história, escolho a coragem e a perseverança como os atributos que caracterizam a companhia que vi nascer. Coragem de dançar o Brasil. Coragem de colocar a arte brasileira, sem folclore, em cena. Coragem de enfrentar os períodos mais obscuros da história política do Brasil. Coragem de romper padrões. Coragem de quebrar preconceitos e levar a dança para todas as plateias.

Perseverança para encarar dificuldades, que não são poucas, sem esmorecer. Perseverança para resistir a todas as tentações do glamour que poderiam desviar o Stagium do seu caminho. Coragem e perseverança para desafiar os riscos de ser artista, comprometido com o seu tempo e com os homens do seu tempo, sem ceder à vaidade tola e ao brilho passageiro. Por tudo isso, a dança no Brasil tem nome: Stagium. E hoje, em seus 51 anos, a companhia persevera na coragem de Márika Gidali e Décio Otero.

                                                                                         Oswaldo Mendes

 


 

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