Oriente-se: Amarelos em Cena apresenta dois espetáculos gratuitos sobre o poder destruidor da bomba atômica

abril 20, 2023

Peças O Legítimo Pai da Bomba Atômica e Os Três Sobreviventes de Hiroshima têm apresentações gratuitas nos Teatros Arthur Azevedo e Paulo Eiró, respectivamente



Encenado por atores nipo-brasileiros, o projeto Oriente-se: Amarelos em Cena apresenta dois espetáculos sobre a possibilidade de extermínio da humanidade trazida pela invenção da bomba atômica, que provocou entre 130 e 240 mil mortes nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no fim da Segunda Guerra. 


A peça O Legítimo Pai da Bomba Atômica tem apresentações no Teatro Arthur Azevedo, de 28 a 30 de abril, com apresentações sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 19h. Já Os Três Sobreviventes de Hiroshima fica em cartaz no Teatro Paulo Eiró, entre os dias 12 a 14 de maio, no mesmo horário e faz uma apresentação única na Fábrica de Cultura Brasilândia no dia 17 de maio, às 15h.


A mostra de repertório é possível graças a recursos da 40ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.


Sobre O Legítimo Pai da Bomba Atômica

Com texto do premiado autor Murilo César Dias e direção de Gabriela RabeloO Legítimo Pai da Bomba Atômica leva para o palco questões políticas, históricas e técnicas que envolvem a criação da bomba atômica e o que significaria para a humanidade o uso dessa arma na atualidade.


A montagem também contribui com um importante debate sobre questões étnicas como representatividade e lugar de fala, pois personagens reais de diversas nacionalidades (alemão, americano, húngaro etc.) são interpretados por atores nipo-brasileiros, integrantes do Coletivo Oriente-se. 


O texto, inspirado na história real do físico judeu húngaro Léo Szilárd e na sua participação na construção da primeira bomba atômica, traz para a cena as figuras de sua esposa, a médica Gertrude Weiss, e diversos personagens históricos, entre eles Albert Einstein, o presidente americano Harry Truman, o general Groves, e vários outros que direta ou indiretamente colaboraram para a construção da bomba e para seu lançamento que resultou no extermínio de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki. 


O caminho entre a descoberta científica e a sua utilização como bomba de destruição em massa é acompanhado por um drama interno do físico Léo Szilárd, que vê sua invenção ser desviada do objetivo.


A ideia do projeto é alertar para os perigos de se resolver os conflitos mundiais através de guerras, através da montagem de espetáculos que tratem das grandes tragédias da humanidade. 


“O objetivo do espetáculo é ajudar a disseminar a cultura de paz, promovendo um  debate sobre o sentido das armas de destruição através da história de Léo Szilárd ao mesmo tempo que convidamos o público a refletir sobre a estupidez da guerra e da utilização das armas terríveis que vêm sendo criadas com o avanço da ciência, além disso colocando atores nipo-brasileiros em cena, reforça nosso manifesto como atores nipo-brasileiros que podemos interpretar qualquer personagem e não aqueles tipos estereotipados e equivocados como tintureiro, verdureiro e samurai, quando não nos colocam para falar errado e exóticos. Não somos exóticos e muito menos estrangeiros em nosso próprio país, somos como qualquer outro brasileiro”, diz Rogério Nagai, coordenador geral do projeto, que já viveu o físico na montagem original.


O elenco é formado por Edson Kameda, Gilberto Kido, Ligia Yamaguti, Ricardo Oshiro e Ulisses Sakurai.


Sobre Os Três Sobreviventes de Hiroshima

Já Os Três Sobreviventes de Hiroshima narra três histórias de sobrevivência, resiliência e superação de pessoas que estavam em Hiroshima, no Japão, no dia 6 de agosto de 1945, quando os Estados Unidos lançaram a bomba atômica na cidade. Em cena, estão dois sobreviventes desse episódio e o terceiro é interpretado pelo ator Ricardo Oshiro


A peça conta os momentos da explosão nuclear, os dias seguintes e a imigração para o Brasil. São reconstruídas as trajetórias do jovem Takashi Morita, na época com 21 anos, e das crianças Kunihiko Bonkohara, com 5 anos, e Junko Watanabe, com 2 anos. Eles atuam no formato de teatro documental, também conhecido como biodrama. Fotos originais e canções da época executadas pelos sobreviventes compõem o clima da apresentação.


Com roteiro e direção de Rogério Nagai, o espetáculo deu origem ao projeto Sobreviventes Pela Paz. A ideia surgiu em 2012 com pesquisas sobre a comunidade nipo-brasileira e a imigração japonesa no Brasil. Foram doze meses de pesquisa com palestras, estudos, debates, exibição de documentários, leituras dramatizadas e apresentações teatrais.


O texto, ainda que trate de uma tragédia, leva uma reflexão sobre a paz por onde passa, com uma mensagem forte de resiliência, perdão e superação. Colocar os sobreviventes em cena é uma maneira que o projeto encontrou de mostrar a importância de propagar e manter a paz, para que acontecimentos como esse nunca mais se repitam.


O espetáculo já passou por várias cidades como Curitiba, Rio de Janeiro, Campinas, Ribeirão Preto, Santos e Bauru, sempre com sessões lotadas.


O Legítimo Pai da Bomba Atômica

Texto: Murilo Dias César

Direção: Gabriela Rabelo

Elenco (em ordem alfabética): Edson Kameda, Gilberto Kido, Ligia Yamaguti, Ricardo Oshiro e Ulisses Sakurai.


Apresentações: de 28 a 30 de abril, sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Onde: Teatro Arthur Azevedo - Av. Paes de Barros, 955, Alto da Mooca

Ingressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada apresentação ou pela plataforma Sympla.

Duração: 90 minutos

Classificação: 10 anos

Gênero: Drama


Os Três Sobreviventes de Hiroshima

Roteiro e direção: Rogério Nagai

Elenco: Kunihiko Bonkohara, Junko Watanabe e Takashi Morita (em vídeo), além dos atores Ricardo Oshiro e Rogério Nagai


Apresentações: de 12 a 14 de maio, sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Teatro Paulo Eiró – Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro

Ingressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada apresentação ou pela plataforma Sympla.


Apresentação única: dia 17 de maio, às 15h, na Fábrica de Cultura Brasilândia: Av. General Penha Brasil, 2508 - Brasilandia


Gênero: teatro-documentário

Duração: 60 minutos

Classificação: 10 anos


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