Livro revisita o começo do surfe em Pernambuco
novembro 16, 2022LANÇAMENTO/SURFE
Lançamento apresenta pesquisa de duas décadas do jornalista Alexandre Gondim e acervo fotográfico histórico do esporte no Estado
O ínicio do surfe em Pernambuco é tema do livro “A primeira Onda - O começo do Surfe em Pernambuco”, escrito pelo jornalista e surfista Alexandre Gondim, que será lançado dia 17/11 (quinta-feira), no Orora – Bar de Esquina (rua da Aurora, 1139, Santo Amaro, Recife). A obra parte da trajetória do primeiro surfista pernambucano, José Paulo Cavalcanti Filho, e do legado deixado por ele para as gerações posteriores. Com base na memória dos entrevistados, reconstrói a lembrança de uma cidade que vivia a descoberta da cultura de praia, hoje muito afetada pelos ataques de tubarões.
Nas palavras de Cavalcanti Filho e de seu amigo Paulo César Botelho, revive-se a histórica primeira onda surfada na praia de Boa Viagem e as sensações de um novo estilo de vida que era forjado a cada sessão de surfe. Somam-se depoimentos daqueles que viveram essa época e fizeram desse estilo de vida um esporte profissional, como Denttinho, que tem sua última entrevista transcrita no livro, e Eduardo Campelo, com suas lembranças de uma Olinda ainda sem os diques de pedras e com ondas.
Carlos Burle, Eraldo Gueiros, Piet Snel, Cláudio Marroquim, Zelo Gondim e Walter Coelho são outros pioneiros ouvidos. No total, foram 146 surfistas citados nas 121 páginas do livro impresso pela Cepe - Companhia Editora de Pernambuco. A narrativa convida o leitor a conhecer um universo bem diferente do que vive o surfe atualmente, com seus circuitos dos sonhos e competidores milionários.
Movido pela inquietação de repórter, Alexandre Gondim pesquisou durante vinte anos a origem do surfe em Pernambuco. Colecionou fotografias, entrevistas e vídeo e informações colhidas em inúmeras rodas de conversas com os precursores do esporte. Descobriu os primeiros surfistas, as primeiras pranchas, os primeiros campeonatos e os primeiros encontros com as ondas do litoral pernambucano.
“A lembrança mais antiga sobre o surfe em Pernambuco vinha de quando eu era criança na praia de Boa Viagem. Era o fim da década de 1970 e a prática já era apreciada aqui. Eu não sabia nada sobre a história do esporte em Pernambuco e, muito menos, como chegou ao Recife, local em que comecei a surfar. Esta era a minha curiosidade desde que iniciei a prática esportiva, no início da década de 1980. Por saber muito pouco sobre a origem do esporte que aprendi a amar e me acompanha desde os tempos de adolescente, quis saber quem foi a primeira pessoa a surfar em Pernambuco e como foi o começo do esporte no Estado. São as respostas a essa curiosidade que compartilho no livro”, explica o autor.
“Nunca me esqueço e não deixo de valorizar os que vieram antes, que foram os primeiros a desbravar aquelas ondas. Que, assim como eu, tiveram dificuldade em ir contra uma sociedade que não entendia o que fazíamos. Sempre me questiono e me coloco no lugar deles. Se eu acho que passei por tantas dificuldades e por tantos obstáculos para estar hoje como referência, imagina a geração anterior. Que tipo de equipamentos usaram? Que tipo de preconceito tiveram de enfrentar? Devo muito a eles. Todos devem muito a eles. O esporte deve muito a eles”, enfatiza Carlos Burle, pernambucano campeão mundial de surfe em ondas gigantes.
0 comentários
Deixe sua opinião sobre o post: Não esqueça de curtir e compartilhar