Sandra Corveloni dirige infantil com indígenas no Teatro Alfa
outubro 03, 2022
Idealizado pelo cineasta Chico Faganello
e dirigido por Sandra Corveloni, infantil no
Teatro Alfa tem origem em histórias indígenas
As Aventuras de Makunaima para criançasserá encenado
nos dias 8,9 e 12 de outubro com meninos e meninas indígenas,
a partir de suas histórias ancestrais. De graça.
Teatro criado com meninas e meninos indígenas a partir de suas histórias ancestrais, com músicas sobre as personagens e o universo animista da floresta. Este é o espetáculo As Aventuras de Makunaima para crianças, que estará em cartaz na Sala B do Teatro Alfa nos dias 8, 9 de outubro, sábado e domingo às 11h e dia 12 de outubro, quarta,em duas sessões, às 11h e 16h. Os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pelo site: www.sympla.com.br/teatroalfa
O trabalho é fruto de longos anos de leituras sobre narrativas indígenas de diferentes etnias o extremo norte do Brasil e da Venezuela, no entorno do Monte Roraima, na fronteira com a Venezuela, e que se espraia até a Guiana e pela chamada Pan Amazônia.
A peça resulta de uma grande quantidade de escritos originários de narrativas orais indígenas, colhidas em anos de pesquisa. Serão encenadas 10 histórias infantis elaboradas e ensaiadas com crianças, adolescentes e adultos das etnias macuxi, taurepang, tukano e wapichana, na comunidade de Wararaa'Pay, na Boca da Mata, município de Pacaraima (RR).
Deste trabalho com as crianças indígenas nasceu o espetáculo de São Paulo. De Roraima, para o espetáculo no Teatro Alfa virão os macuxis D. Leoneide Pinho Torres e seu neto Michel, que dividirão o palco com narradores guarani da aldeia Tenondé Porã, de São Paulo, e os cantores e instrumentistas Rita GutteJoaz Campos. Eles são dirigidos no palco por Sandra Corveloni.
Os textos encenados e musicados tem uma origem muito antiga. A ideia do espetáculo é do cineasta Chico Faganelloque, depois de anos e viagens de pesquisa, levou em julho deste ano artistas de São Paulo para conviver com os indígenas em Roraima em oficinas de arte, com a condição de “aprender e ouvir mais do que falar e sem nenhum tipo de filtro sobre a estética usada pelas populações indígenas atuais do lugar. "
Foi nessa região, na TI São Marcos, perto da Serra do Mel, que os brancos conheceram pela primeira vez, nos anos de 1910, as narrativas orais indígenas que foram gravadas pelo filólogo alemão Theodor Koch-Grunberg.
Ali, durante 30 dias, crianças e adolescentes tiveram aulas de cinema, teatro, música, interpretação e contação de histórias, além de resgatarem palavras, expressões e significados dos seus idiomas originais, que entram nas narrativas. “Procuramos compartilhar conhecimento. Fomos lá fazer amigos e dizer que as culturas locais são a fonte de nossa indústria de entretenimento – queremos ver arte indígena feita pelos indígenas sempre mais”.
Diversas pessoas de diferentes etnias entraram no projeto, como o escritor Cristino Wapichana, tradutores e pessoas de diferentes locais, que revelaram um Makunaima vivo, personagem que atravessa gerações e faz parte do cotidiano com meninas e meninos nas comunidades.
Uma apresentação já foi realizada em Wararaa'pay, e uma versão em filme e livro eletrônico em línguas indígenas e português estão previstas. Os indígenas narram fatos das suas cosmogonias sobre os tempos ancestrais, “quando ainda éramos cotias, revelam como surgiu a fogo, o encontro entre a onça e o raio, a história de amor que fez as araras surgirem, a origem da dança do gavião e de uma cantoria secreta, e outras muito divertidas. "
Entre estes personagens, claro, está Makunaima, mas não aquele conhecido pelo modernismo brasileiro. É que nos centros urbanos e nos ambientes acadêmicos do Brasil a maioria das pessoas desconhece a origem ancestral desta personagem enigmática chamada Makunaima, e “não precisamos sempre partir do mesmo ponto de vista “craiuá” - branco. A cultura ancestral indígena é muito maior do que uma discussão acadêmica datada”.
É assim que Faganello justifica a ausência no projeto de qualquer referência a Mario de Andrade, que leu a publicação alemã de Grunberg para criar sua personagem urbana. “Cada um respeita a sua poética. Além do nome com grafia e pronúncia diferentes, e umas poucas cenas fora do lugar e do tempo, a obra de Mário e depois o filme de Joaquim Pedro, tem pouco a ver com os originais indígenas que, com todo o respeito, divertem e encantam muito mais. Diferentes e hoje rediscutidos pela apropriação cultural, o livro e o filme na verdade revelam o pouco que sabemos sobre as culturas indígenas”.
O projeto é uma produção da Filmes Que Voam e resulta de recursos de recursos captados através da Lei Federal de Incentivo a Cultura 8.313, com o patrocínio do Alfa Impacta Mais e da Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina. Também foram realizadas oficinas de arte com os guaranis de Tenondé Porã (SP) e os Laklanõ-Xokleng da Aldeia Bugiu, de SC.
O espetáculo dura 1 hora, os ingressos são gratuitos e podem ser adquiridos no site www.sympla.com.br/teatroalfa
Sinopse
Histórias ancestrais indígenas encenadas com músicas e efeitos tem o menino Makunaima como protagonista, que interage com animais e outrospersonagens misteriosos da floresta amazônica em 10 aventuras muito divertidas e cheias de música. Duração 1h10 minutos.
Na Sala B do Teatro Alfa nos dias 8, 9 de outubro, sábado e domingo às 11h e dia 12 de outubro, quarta, em duas sessões, às 11h e 16h. Os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pelo site:
EQUIPE E ELENCO PRINCIPAL
Leoneide Pinho Torres é liderança indígena. Foi coordenadora da organização de mulheres de 42 comunidades de Roraima. Da etnia macuxi, é fundadora do grupo Pataa’Maimu,criado em 2006 e dedicado à conservação da dança do Parixara. Parixara é uma das danças ritulísticas de agradecimento e comunhão com a natureza dos macuxi e wapichana e tem origem na cosmogonia ancestral da Amazônia. Vive em Wararaa'Pay, conhecido como Boca da Mata, no município de Pacaraima (RR).
Michel Torres é morador de Wararaa'Pay, comunidade com 9 etnias indígenas. Neto de D. Leoneide, em 9 anos e estuda na Escola Estadual Indígena Tuxaua Antonio Horácio. Gosta de jogar bola e tomar banho de rio.
Direção de Cena - Sandra Corveloni
Tem mais de 30 anos de experiência como atriz, diretora e produtora em vários espetáculos infantis para diferentes públicos. No Grupo TAPA foi atriz e diretora por 10 anos. Como professora de interpretação e montagem teatral, atuou em 8 escolas diferentes, como Celia Helena, Oficinas no TAPA, TUCA, Instituto Intercultural e Escola Wolf Maya.
Em 2007 começou a carreira cinematográfica e desde então já atuou em mais de 10 longas como atriz, produtora e preparadora de elenco. Foi indicada à mais de 10 prêmios, entre eles Melhor Atriz - Festival de Cannes 2008, Melhor atriz - Festival de Havana 2008 por Linha de Passe, Melhor atriz coadjuvante - Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles por A Gloria e a Graça 2016 e Melhor atriz coadjuvante - Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por A Gloria e a Graça 2017.
Na TV Globo fez Amor à Vida (2013/2014), Boogie Oogie(2014/2015) e O Outro Lado do Paraíso (2017/2018). Na Cia D’Alma de teatro é pela pesquisa de linguagem e direção geral.
Professora, atriz, cantora e instrumentista - Rita Gutt
É fundadora do Grupo de Teatro e Música Flor de Crejoá. É arte educadora e professora e diretora de teatro. Formada em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes, é sócia-fundadora da Escola de Artes Esquina da Arte e Educação, em Ibiuna-SP. É também compositora em seu grupo Flor de Crejoá e desenvolve pesquisas voltadas às cantigas populares infantis.
Professor, ator e instrumentista - Joaz Campos
É ator, cantor, diretor e compositor. Formado pela escola de arte dramática(EAD/ECA/USP), trabalhou com a atriz e diretora Miriam Muniz por um ano, foi ator do premiado espetáculo “A Gota D’água” dirigido por Georgette Fardel. É fundador da Cia Pé no Canto, que trabalha com a fusão de linguagens para crianças.
Direção Geral e Produção-Executiva
Chico Faganello é cineasta, Doutor em Literatura. Entre outros, escreveu e produziu Oração do Amor Selvagem e a série Fanática (ambos na Amazon) e tem longa experiência com conteúdo infantil.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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