CPT_SESC rememora as encenações Macunaíma com debate on-line
outubro 19, 2022
A atividade reúne a atriz e diretora teatral Lígia Cortez,a atriz Mirtes Mesquita e o ator Cacá Carvalho para uma conversa sobre o processo de criação e suas memórias sobre as encenações
Lígia Cortez – foto: João Caldas, Mirtes Mesquita, Cacá Carvalho e Phabulo Mendes – fotos: acervo pessoal | Imagens para divulgação:aqui
A peça Macunaíma (1978 e 1984), adaptação de Antunes Filho a partir da obra de Mário de Andrade, é tema do debate on-line que acontece no próximo dia 19 de outubro, quarta-feira, às 18h30.Os encontros são realizados sempre que uma nova seleção de imagens e vídeos relacionados a alguma das peças do grupo é publicada no Sesc Digital dentro das Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC.
A atriz Mirtes Mesquita,a atriz e diretora teatral Lígia Cortez eo ator Cacá Carvalho são os convidados, que se reúnem para falar do processo de criação, as temporadas dos espetáculos, suas memórias e experiências nas encenações e a relação com o diretor Antunes Filho. A mediação é do pesquisador e professor de Arte e Literatura Phabulo Mendes e apresentação de Tiago Marchesano, Comunicólogo e assistente técnico na Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo.
A transmissão é feita pelo canal do CPT_SESC no YouTube, com tradução em Libras. Este encontro integra o Círculo de Debates, do eixo Memória, Acervo e Pesquisa, que realiza atividades em torno do legado do CPT e de Antunes Filho.
Macunaíma também é tema das Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC e é o décimo quarto espetáculo que integra o acervo, juntamenteàs obras Nossa Cidade, A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia e Medeia 2, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva.
Macunaíma
A encenação é uma tentativa de construção do retrato do povo brasileiro, por meio do herói sem caráter, imerso em elementos da cultura indígena e afro-brasileira. Sua estreia aconteceu em 15 de setembro de 1978, no Theatro São Pedro, com o grupo Pau-Brasil, que passou a se chamar Grupo de Teatro Macunaíma, devido ao sucesso da peça. Anos depois, em 1984, a segunda montagem estreou no Teatro Sesc Anchieta, ao lado de Romeu e Julieta, e Nelson 2 Rodrigues, como parte do Teatro de Repertório - uma peça por semana - inaugurando a programação de espetáculos do CPT.
Dirigida por Antunes Filho, a peça Macunaíma foi considerada um marco do teatro brasileiro, apresentada em mais de 10 países. Foram cerca de 900 encenações, participando de festivais e recebendo prêmios nacionais e internacionais, como Melhor Espetáculo, pela APCA, em 1978, e Prêmio de Teatro da Espanha El espectador y la Crítica, na categoria Melhor Espetáculo do ano, em 1982, Prêmio Ollantay, da Venezuela, em 1987, entre outros.
SOBRE OS CONVIDADOS
Lígia Cortez éatriz, diretora, pesquisadora e professora permanente do Mestrado Profissional em Artes da Cena da Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH). Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Diretora artístico-pedagógica do Célia Helena Centro de Artes e Educação. Como atriz, tem vasta atuação em teatro, cinema e televisão, tendo trabalhado com diretores como Antunes Filho (Macunaíma, Nelson Rodrigues o Eterno Retorno, Nelson 2 Rodrigues e Romeu e Julieta), José Celso Martinez Corrêa, Ron Daniels, Robert Wilson, Luiz Fernando Carvalho, Ugo Giorgetti, dentre outros. Dirigiu vários espetáculos focando na dramaturgia latino-americana. Seus projetos de pesquisa em curso voltam-se para a integração da pesquisa acadêmica, criação artística e pedagogia do teatro.
Mirtes Mesquita é atriz, produtora e diretora de teatro. Doutora em Artes pela USP e bolsista de Intercambio Sanduiche no Programa da CAPES-USP na Universidade da Califórnia Santa Barbara, EUA, entre 2019 e 2020.
Como atriz, durante o processo de adaptação da obra, participa do espetáculo “Macunaíma”, com a direção de Antunes Filho em 1978, no Theatro São Pedro, em São Paulo. E cria juntamente com outros participantes o Grupo de Arte Pau Brasil.
O processo do espetáculo é tema de sua dissertação de mestrado pela ECA-USP: “Formas de criação de um espetáculo teatral: O caso da adaptação da obra Macunaíma de Mário de Andrade para Teatro, com o Grupo de Arte Pau Brasil, sob a direção de Antunes Filho, SP, 1978!”.
Cacá Carvalho é ator e diretor de teatro. Inicia sua carreira aos 16 anos. Estuda na escola do Piccolo Teatro em São Paulo, onde funda e mantém por 14 anos a Casa Laboratório para as Artes do Teatro. Em 1977, entra para o elenco de “Macunaíma”, com direção de Antunes Filho.
Na década de 80 participa da montagem “Meu Tio, O Iauaretê”, com direção de Roberto Lage. Em Pondera, na Itália, faz diversos espetáculos com a direção de Roberto Bacci, como “O Homem com a Flor na Boca”, “A Poltrona Escura”, “Um, Nenhum, Cem Mil” e “O Hóspede Secreto”. Em colaboração com Sesc SP estreia o texto de Michele Santeramo, “Leonardo – uma obra oculta” uma história inventada sobre Leonardo Da Vinci.
No momento grava a segunda temporada da minissérie “Cine Holliúdy” para TV Globo.
Phabulo Mendes é doutor em Artes Visuais (UNESP), mestre em Letras (USP) e bacharel e licenciado em Letras (USP) e em Artes Visuais (UNESP). Desenvolve pesquisa em torno do diálogo interartes e é professor de Artes e Literatura. Ministrou aulas inaugurais no CPT_SESC em 2018 e 2019, assim como participou, como pesquisador, do último espetáculo dirigido por Antunes Filho, "Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse".
SERVIÇO
CÍRCULO DE DEBATES – MEMÓRIA, ACERVO E PESQUISA: MACUNAÍMA
Com Mirtes Mesquita, Lígia Cortez e Cacá Carvalho.
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
Dia 19 de outubro de 2022, às 18h30
MACUNAÍMA - Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC
Acervo digital do espetáculo Macunaíma com registros de figurinos de 1984, imagens de cena, documentos e materiais gráficos das montagens de 1978 e 1984, em diferentes idiomas, além de relatos da montagem e do processo de construção do acervo.
As Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC trazem ao público seleções dos figurinos e outros itens de peças encenadas pelo CPT. Um minucioso trabalho de pesquisa possibilitou a recomposição e restauro de mais de 150 trajes cênicos de 14 espetáculos: Macunaíma, A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia, Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva. Em seguida, os figurinos foram registrados pelo fotógrafo Bob Sousa, fotos essas que são hoje o fio condutor das Coleções.
Sobre o Sesc Memórias
Implantado e coordenado pela Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo, o Sesc Memórias é um programa que desde 2006 atua na coleta, higienização, organização, guarda e disponibilização da documentação produzida pela instituição, com o propósito de preservar e difundir suas memórias. Integram seu acervo os registros produzidos desde a criação do Sesc, em 1946. São diversos gêneros, suportes e formatos de documentos que assinalam a ação finalística da instituição e seus processos de trabalho, como materiais de divulgação, fotografias, produtos institucionais, ações programáticas, relatórios, entre outros. Seu acervo contribui para a reflexão acerca do trabalho desenvolvido pela instituição, bem como para a promoção de pesquisas e de produção de conhecimentos, na medida em que é acessível ao público interno e externo, reforçando a memória como um valor a ser cultivado.
CPT_SESC - 40 ANOS
O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo de quatro décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado. A programação apresenta ciclos de debates, mostras digitais, cursos, podcasts, oficinas, entre outras atividades, com artistas e técnicos de diversas formações e instâncias da produção teatral, a fim de buscar a realização de um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs o CPT_SESC.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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