Masculinidades negras: novos debates ganhando formas

setembro 14, 2022

(crédito da foto: Daniel A. Rodrigues) – Os organizadores Paulo Melgaço e Vandelir Camilo

Homens negros importam; homens negros existem; homens negros conhecem; homens negros transformam; homens negros realizam; homens negros estudam; homens negros ensinam; homens negros escrevem; homens negros se reconhecem.

 

Dois profissionais negros, da área acadêmica e das artes, se reuniram para dar voz a uma realidade no país: colocar de vez a importância da representatividade na sociedade em geral de corpos de homens afrodescendentes. O doutor em educação Paulo Melgaço e o doutorando em memória social Vandelir Camilo organizaram o livro “Masculinidades Negras – Novos debates ganhando formas” que apresenta 29 autores, 15 artigos e 14 entrevistas.


Falar de questões relacionadas ao passado da negritude brasileira e que, ao mesmo tempo, se aproximam do presente estado em que vivemos, nos coloca frente a frente com indagações que ainda se fazem importantes e necessárias. É nesta seara que o livro procura jogar uma lupa - apresenta pesquisas voltadas para grandes temáticas de estudos sobre homens negros e as várias dimensões nas construções sociais desses indivíduos relacionados, antes de tudo, ao racismo versus gênero e, por conseguinte, a temas específicos como à paternidade, ao trabalho, à renda, à saúde, à educação e à sexualidade. 

 

“O livro compõe-se de duas partes. Para a primeira, convidamos pensadores com diferentes inscrições corpóreas e de gênero para o campo das masculinidades negras. Assim, buscamos textos que operem em abordagens cognitivas alternativas e que radicalizem o entendimento conceitual da observação e da experiência, compreendendo o autor/pesquisador não apenas como alguém que interpreta e descreve suas experiências por meio da observação detalhada, mas como alguém que vivencia suas experiências produzindo um texto reflexivo metapragmático, indissocializando sujeito e objeto na pesquisa. Já a segunda parte, colóquio “Cinco questões sobre as masculinidades negras”, apresenta diálogos e traz resultados – sob a forma de questionário – organizados para este livro. Foi proposta cinco perguntas a alguns dos mais renomados pesquisadores e pesquisadoras de todas as regiões do país, de reconhecida liderança e influência” – explica o doutor Paulo Melgaço.  

Capa do livro

 

Formato: 14x21cm

Páginas: 340

ISBN: 978-65-80196-13-5

Preço de capa: R$ 65,00

Editora: Ciclo Contínuo Editorial

 

 

O livro busca inovar ao privilegiar textos e debates que iluminem as diferentes possibilidades de construção de gênero sobre o corpo negro e suas várias dimensões sociais em produções sexuais, intelectuais, artísticas em sentido extenso (literatura, artes, fotografia, teatro, cinema, televisão, etc). 

 

Além dos organizadores, nomes como o de Monica Francisco Aprigio, Yago Eloi, Diogo Sousa, Kauan Almeida, Carolina Iara Ramos de Oliveira, Leonardo Peçanha, Daniel Veiga, William Melo, Jean dos Santos, Roberto Borges e Samuel de Oliveira, , Leandro de Brito, Wallace Modesto, Fabio de Almedia e Gabriel Vilela, Luiz Valério Soares da Cunha Junior, Alisson Keliton dos Anjos, Danilo Marques Pereira e Andressa Coloaia dos Santos refletem sobre assuntos diversos como paternidades negras, homens, negros gays, intersexualidades, transmasculinidades, educação, racismo, homofobia, entre outros pontos relacionados ao tema do livro. 

 

Para Vandelir Camilo, esse campo já possui importantes referências e intelectuais identificados com ele. O autor afirma que “o nosso objetivo com essa publicação foi explicitar e principalmente tencionar esses referenciais, as narrativas, os métodos, as perspectivas, os embates, as variações e os ruídos que circunscrevem as masculinidades negras”. O autor prossegue afirmando que “o nosso interesse foi fotografar como anda vivo e atuante, neste contexto histórico, social, político, econômico, educacional em que vivemos essas masculinidades negras”. O autor conclui afirmando que “o que queremos é tensionar esse nicho das ciências sociais que conceituamos como masculinidades negras novos debates ganhando formas”.








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