Projeto lança minidocumentário sobre a cultura do Gambá na Amazônia
agosto 12, 2022
O projeto Tamboreando Cultura na Terra do Guaraná, iniciativa do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) para o fortalecimento e promoção das manifestações culturais e populares de Maués (AM), concluiu suas atividades. Ao todo, foram 10 meses de formação para 135 crianças e jovens da região, que participaram de oficinas de Luthieria percussiva e Tambor de Gambá, duas das expressões culturais mais tradicionais do município.
Como encerramento do projeto, foi produzido um minidocumentário (https://youtu.be/K27oCfC4N0M) sobre as manifestações culturais de Maués. O material é um registro tanto das atividades do projeto quanto do impacto que o Tamboreando teve na valorização da cultura popular da cidade. Nele, o público poderá encontrar entrevistas com educadores, alunos e moradores que participaram do Tamboreando. O minidocumentário pode ser visto no canal do Youtube do Idesam e é um relato histórico dessa tradição cultural no Amazonas.
"Esta produção audiovisual, executada pela La Xunga Produções, além de uma estratégia de comunicação para aumentar o conhecimento nacional sobre a cultura de Maués, é um legado, no sentido narrar o patrimônio imaterial a que o projeto se dedicou durante 01 ano", justifica Larissa Mahall, coordenadora de comunicação do projeto.
Durante as disciplinas, os alunos participaram da construção e montagem de instrumentos, ensino de cantorias e batidas, vivência afetiva e cultural, além da apresentação da orquestra de alunos. Os grupos Dança dos Pássaros e Troar dos Tambores ganharam destaque com o projeto, que totalizou mais de 840 horas de formação musical, além da criação de 128 novos instrumentos de percussão que foram doados a cinco pontos culturais de Maués e região.
Segundo a coordenadora do projeto, Mariana Guimarães, o Tamboreando foi realizado de forma integral, cumprindo todas as atividades previstas no cronograma. “O que no princípio apresentou-se como desafio, com o contexto da Covid-19, com o passar do desenvolvimento das ações foi encontrando sua forma de se fazer valer, a partir da construção conjunta entre equipe e participantes. Se por um lado tivemos que nos adaptar a uma nova conjuntura, de outro nos fortalecemos na coletividade e vontade de impactar positivamente a cidade com ações artísticas originadas nas manifestações culturais próprias da região”, explica.
Para Mariana, além dos números que demonstram a boa execução do Tamboreando, o projeto deixa um legado em Maués, expressado pela aprovação dos moradores e os pedidos de continuidade das atividades.
Envolvimento da comunidade
As aulas de Luthieria percussiva aconteceram no Estádio Municipal Manoel Baraúna Filho e no Liceu de Artes. Já as aulas de Tambor de Gambá foram realizadas na Escola Walton Rodrigues Bizantino, em Maués, e no Centro Comunitário N.S. do Pedreiro, no interior do município. A adesão das escolas às atividades é um dos pontos destacados pela coordenadora do Tamboreando.
“Perceber o interesse dos alunos nas oficinas do projeto, realizadas no contraturno escolar, evidencia a necessidade de existirem mais ações como as proporcionadas pelo projeto Tamboreando”, diz.
Outro destaque relevante foi a valorização da Dança dos Pássaros. Foram realizadas cinco apresentações culturais na cidade. Outras atividades incluíram a participação dos alunos do Tamboreando no cortejo do boi Pavulagem e na Festa do Divino, ambas celebrações tradicionais de Maués.
“O que inicialmente se resumia a cinco apresentações acabou se tornando um centro de estudos, memórias e releitura dessa expressão local tão bonita e importante para muitas famílias de Maués. Os ensaios uniram crianças, jovens e idosos em um novo grupo artístico da cidade”, completa Mariana.
Legado
Um dos aspectos mais significativos do projeto Tamboreando foi a oportunidade de unir gerações distintas, uma que cresceu com a cultura do Tambor de Gambá e da Dança dos Pássaros, e outra que está descobrindo o poder dessas expressões populares. Um dos arte educadores do projeto, Ítalo Mamud Michiles, acompanhou de perto essa transmissão cultural.
“Uma das cenas que me marca é uma família onde avô, avó e sete netos todos os dias iam juntos ensaiar a Dança do Pássaro jaçanã. Quando vi aquela mistura de idades, tive certeza que a missão do Tamboreando foi feita. Conseguimos fazer com que as pessoas despertassem o interesse em assistir e brincar conosco. Quando fizemos as apresentações em praças e escolas, as pessoas pararam para ver e comentaram como estavam com saudades de ver aquelas brincadeiras e que estavam felizes por elas terem voltado. A semente foi plantada pelo projeto, agora estamos colhendo os frutos”, celebra o arte educador.
Cultura e desenvolvimento
O projeto Tamboreando possibilitou a criação de um espaço de aprendizagem a partir de olhares e interesses diversos, segundo Carlos Koury, diretor de inovação em bioeconomia do Idesam. Para ele, o fortalecimento da cultura de uma região caminha lado a lado com o desenvolvimento.
“O desenvolvimento de qualquer território na Amazônia passa pela valorização de sua cultura. Criar meios de transmissão de conhecimento tradicional, seja ele cultural ou produtivo, é uma ação muito importante, por isso ficamos muito contentes com os resultados do projeto e por termos feito parte da preservação da cultura do território de Maués”, declara o diretor.
Sobre o Tamboreando
Tamboreando Cultura na Terra do Guaraná é um projeto do Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam); e conta com o patrocínio da Ambev e Guaraná Antarctica, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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