História da moda: os óculos italianos mais trabalhosos de todos os tempos
agosto 14, 2022
Os óculos italianos estão entre os melhores do mundo.
Os óculos foram inventados há quase quatro séculos, mas somente muito tempo depois que o acessório começou a ser aceito socialmente e usado com frequência. No começo, mulheres que precisassem de óculos não podiam exibi-los em público e para comprarem um par, era necessário encomendar, fazer sob medida e então, experimentava-se na tentativa e erro. O que caísse melhor ou o que ajudasse mais era o escolhido, quase sempre de forma desconfortável.
Hoje em dia, esse cenário mudou. Os óculos se tornaram produtos sofisticados, com função de auxiliar na saúde dos olhos e como artigo que completa o look. Os óculos de grau, por exemplo, servem para melhorar a integração do usuário com o ambiente e somente no Brasil, 36,5 milhões de pessoas usam óculos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já os óculos de sol são verdadeiros artefatos de luxo, com os mais variados tipos de lentes, matéria prima, assinaturas e claro, beleza própria.
Chantal Kopenhagen Goldfinger, uma das principais especialistas em eyewear do mundo, defende a moda como uma forma de empoderar e enriquecer a marca pessoal, com o objetivo de mudar o pensamento das pessoas sobre o uso de óculos. "Os óculos não são apenas utilitários, e sim, um acessório, ou, como dizia o mestre Miguel Giannini, um 'necessório'. Assim como uma peça de roupa, os meus óculos falam sobre mim, minha personalidade e minhas emoções", diz Chantal em uma das postagens de sua conta do Instagram @chantalgoldfinger.
E é com base em uma outra postagem que chegamos nos óculos italianos mais trabalhosos da história: os da Persol. Marca centenária, sinônimo de detalhe, tecnologia e altíssima qualidade, marcada pelo símbolo da "flecha" presente em todas as suas peças desde o início.
O Persol é um símbolo italiano e retrata uma história que começou em Turim, em 1917, quando o fotógrafo Giuseppe Ratti começou a experimentar lentes fumês que reduzissem os efeitos do sol nos olhos de pilotos e atletas. Assim, nasceu "O Protetor", primeiro óculos que eram máscaras de proteção contra o sol.
Depois, o modelo 649, primeiro ícone real da marca, foi desenhado para os motoristas de bonde de Turim, que precisavam de óculos largos para proteger seus olhos da luz e da poeira. De peça funcional, o modelo apareceu no filme "Divórcio à Italiana" em 1961, estrelado por Marcelo Mastroiani e virou um clássico em pouquíssimo tempo.
Durante a década de 1960, a Persol então expandiu seu portfólio desenvolvendo óculos de segurança especiais com diferentes filtros, rendendo para a marca mais de 35 patentes internacionais pelas inovações e o renome mundial com contratos internacionais com organizações como a Nasa.
Ainda nos dias de hoje, o que surpreende na Persol é a meticulosidade no processo de produção com mais de 30 etapas, por ser um óculos extremamente técnico e cheio de detalhes. Com lentes de cristal, acetatos dedicados e uma gama imensa de tons de tartaruga e terrosos no portfólio, a marca traz uma fabulosa combinação de elegância e funcionalidade que está presente em todas as peças há mais de 100 anos.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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