Escola MAB, do Museu Afro Brasil, propõe cinco novos cursos durante o mês de agosto
agosto 14, 2022
“O pensamento de Mahmood Mamdani”, “Exposição de artes e o olhar do conservador” e “Cenas artísticas de Angola e Moçambique” serão alguns dos temas dos próximos encontros
O Museu Afro Brasil (MAB), instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, tem buscado, ao longo de seus quase dezoito anos de existência, valorizar e promover a herança de matriz africana no Brasil por meio do mapeamento, preservação, pesquisa e difusão de suas diferentes manifestações culturais e das múltiplas criações delas originadas. O histórico de encontros, palestras, congressos e cursos realizados desde a sua inauguração, em 2004, é vasto e compreende, igualmente, eventos que buscam refletir e discutir sobre as produções no próprio continente africano, tanto as contemporâneas quanto aquelas que refletem diferentes momentos de sua história.
A fim de diversificar ainda mais essa atuação e se consolidar como um espaço de encontro, reflexão e construção coletiva de conhecimento, e de partilha de saberes e experiências, foi lançada, em maio deste ano, a Escola MAB, que tem como objetivo propor cursos organizados em quatro eixos que dialogam e se complementam.
O eixo “Artes visuais e história da arte a partir do MAB” tem como finalidade abordar e discutir questões formais e conceituais acerca de obras e coleções que integram o acervo do Museu Afro Brasil, assim como as temáticas que as cercam e que delas emanam, compreendendo as lacunas e ausências em sua constituição. Além disso, visa entender aspectos relacionados às exposições temporárias realizadas na instituição. Já os cursos de “Aperfeiçoamento técnico” são apresentados por especialistas e profissionais renomados dessa área e voltados à gestão de acervos, sua conservação, documentação e estratégias de difusão, bem como a montagem de exposições e o restauro de obras.
A área de “Patrimônio material e imaterial africano e afro-brasileiro” contempla diferentes linguagens e manifestações, como a música, a literatura e as artes cênicas, além de oferecer aulas de introdução a idiomas falados no continente africano. Para fechar, a série “O pensamento de...” abrange cursos que tratam a produção de intelectuais africanos em diferentes áreas de conhecimento, trazendo ao público debates ainda pouco conhecidos no Brasil.
Em seu curso inaugural, “Artistas africanas – olhares contemporâneos”, que ocorreu entre os meses de maio e julho, a Escola MAB apresentou um panorama do trabalho de oito artistas mulheres, originárias de distintas regiões do continente africano.
Para o mês de agosto, o Museu Afro Brasil irá propor cinco novos cursos. O primeiro deles, “O pensamento de Mahmood Mamdani”, acontece de 8 a 22 de agosto. Nele os participantes poderão explorar o trabalho do intelectual ugandense, Mahmood Mamdani, autor de obras incontornáveis sobre a África contemporânea, como When Victims Become Killers (Princeton University, 2002), na qual analisa o genocídio em Ruanda nos anos 1990. Ministrado por Omar Ribeiro Thomaz, o curso inicia uma série de encontros em torno de grandes expoentes do pensamento africano.
Já o curso “Exposição de arte e o olhar do conservador”, que ocorre de 10 de agosto a 28 de setembro, foi desenvolvido a fim de revelar os bastidores da montagem de uma exposição de arte. A partir da proposta de um curador, pesquisador ou da equipe do próprio museu, até a vernissage, há um longo caminho a ser trilhado. Os encontros têm como objetivo mostrar, por meio de estudos de caso, todo esse processo, desde o início da produção até a finalização.
Um segundo curso voltado para o aperfeiçoamento técnico, “Fontes de informação étnico-racial e diversidades”, visa que pessoas bibliotecárias e profissionais da informação tornem-se conscientes das injustiças sociais, epistêmicas e informacionais reproduzidas em espaços de transformação social como bibliotecas e museus.
Finalmente, dois outros cursos apresentarão um panorama das cenas artísticas em países como Moçambique, Senegal e Angola, completando a programação do mês.
A Escola MAB oferece materiais de apoio aos alunos, assim como certificados (mediante comprovação de 75% de frequência às aulas), além de bolsas de estudos a professores da rede pública de ensino e a pessoas pretas, indígenas, trans, travestis e em situação de vulnerabilidade social. Os encontros são propostos em diferentes modalidades (virtual, presencial ou híbrida) e horários. A carga horária pode variar de acordo com o programa do curso escolhido.
O Museu Afro Brasil é uma instituição pública administrada pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil é um espaço de história, memória e arte.
Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades educativas, além de uma ampla programação cultural.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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