Desert Kin: ode ao amor próprio e à descoberta no álbum 'If I'm Not Here?'
agosto 12, 2022
Registro do músico e escritor mexicano é uma viagem sonora pela bossa nova, rock vintage e jazz
Crédito: Divulgação
Como é a ausência de si mesmo? Certamente, não tão vasta quanto o deserto, mas o instinto carrega uma necessidade quase que primitiva de ir além da superfície na busca de encontrar o que foi perdido. Este é o ponto de partida de 'If I'm Not Here?', o álbum de estreia do escritor e músico mexicano Franco Bastida com o projeto multilíngue Desert Kin.
No Brasil, Desert Kin ganha promoção exclusiva da Brain Productions Booking.
Desert Kin foi concebido por Franco durante a pandemia. Neste primeiro registro, todas as histórias compõem uma jornada de redenção. O mexicano imprime a ideia de renascimento nas canções, uma busca interna e pessoal de recuperar algo que se perdeu em algum momento da vida.
“If I’m Not Here?” tem influência direta da música, linguagem e cacoetes sociais dos Estados Unidos, México e Brasil, uma amálgama de tudo que Franco viveu e experimentou. É uma viagem sonora, às vezes antropológica, pela bossa nova, rock vintage e jazz.
Junto à Franco, músicos consagrados da cena indie do México colaboraram no registro, como Daniel Ponce (Leonel García, Mon Laferte) que gravou bateria, Apache O'Raspi (Suave as Hell) no baixo e My Monday Taco Club nos sintetizadores.
Uma das faixas do álbum, aliás, é cantada em português: ‘Os Escultores estão vivos’, com participação da portuguesa Marta Morena. É uma música que o Desert Kin canta sobre falsas expectativas que se veste os outros e a si mesmo. E deixa uma pergunta bastante intrigante ao ouvinte: Como devemos quebrar o ego?
Já a abertura do álbum, “Slow Drive”, relembra uma viagem ao interior com um amor que não pode ser, misturando R&B com batidas de hip hop e acordes espaciais descontraídos. Trata-se de música que traz de volta o melhor dos sons análogos. Combina-os com harmonias de jazz para acompanhar os flashes de memórias durante uma viagem de carro.
Tem a balada de 1950, “Ducks in a Row”, que irrompe em um refrão mariachi. Subitamente, Desert Kin mostra um arranjo jazzístico de amor-próprio de “El David”, que junto à já citada bossa nova experimental de “Os Escultores Estão Vivos”, foram todas gravadas após sessões de improvisação, livres de uma concepção rígida de cultura.
O álbum também apresenta a faixa inédita “This Time”, uma colaboração pop dos sonhos com Paulina Parga, formada em Berklee. Afinal, Desert Kin também é uma afirmação. É derivado da palavra kynfolk, introduzida no inglês antigo pelas tribos nórdicas no que hoje é a Grã-Bretanha. Representa a maleabilidade e a curiosidade inata das pessoas do deserto.
O músico mexicano comenta sobre “If I’m Not Here?”:
“Algumas das realizações mais importantes da vida vêm com humor seco, como em ‘Ei, é hora de nos recompor’. Eu acredito no poder das imagens. ‘If I’m Not Here?’ é um álbum de hipóteses: sobre o que aconteceria se você decidisse ficar com uma pessoa que ama ou mudar sua vida completamente. Você nunca sabe até que você decida trocar um pouco de pele e dar uma volta.”
Ficha técnica
Todas as canções e letras foram compostas por Franco Bastida. Gravado em Tumble Weed Studio e Ártico Estudio, Cidade do Mexico, 2021.
Direção Criativa: Andy Butler Produção de Arte: Deduce Design Fotografía: Daniel Zúñiga e Marta Moreno
Músicos:
Franco Bastida: harmonia, voz e violão Álvaro Rodríguez «Apache O’Raspi»: baixo Eduardo Maldonado «My Monday Taco Club»: piano e synth Daniel Ponce San Martin: bateria Isaac Mireles: trompeta Carlos Aguilar: pandeiro, tantã, triângulo, cuíca, cavaquinho e flauta
Colaboração especial de:
Paulina Parga: voz em “This Time” Juan Pablo Alarcón: percussão em “This Time” Rodrigo Sarmiento: solo de guitarra jazz em “El David” Álvaro Rodríguez «Apache O’Raspi»: voz em “Chipinque” Marta Moreno: voz em “Os Escultores Estão Vivos” Tute e Tomás Damerau: monólogo em “Os Escultores Estão Vivos” Jorge Cancino: surdo em “Os Escultores Estão Vivos” Luis Martínez: piano e synth em “Consider This”
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
0 comentários
Deixe sua opinião sobre o post: Não esqueça de curtir e compartilhar