Economia Circular: SENAI CETIQT utiliza fibra de banana para produzir produtos sustentáveis

junho 11, 2022

Atualmente são plantados no Brasil cerca de 500 mil hectares de banana e a colheita gera toneladas de resíduos. Isso se dá porque as bananeiras precisam ser cortadas de forma estratégica, para que os frutos voltem a crescer. Esse processo gera um desperdício de cerca de 40% dos caules descartados. Com o objetivo de agregar valor ao resíduo agrícola da bananicultura, o SENAI CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, em parceria com a empresa Musa Fiber, desenvolveram produtos têxteis, a partir da fibra de banana.

 

Além de ser biodegradável, a fibra de bananeira é considerada uma das mais fortes fibras naturais. Tem uma grande vantagem em termos de versatilidade: dependendo da parte do caule da bananeira a qual foi tirada, ela pode originar fios com maior ou menor espessura, variando também na maleabilidade e resistência. Após identificar algumas rotas de aplicação para a fibra do pseudocaule da bananeira, formado de fibras celulósicas de boas características morfológicas, permitindo projetar uma celulose com alta resistência mecânica, o SENAI CETIQT e a Musa Fiber idealizaram o projeto, para o desenvolvimento de produtos sustentáveis.


“Desde o estabelecimento do conceito de sustentabilidade, na década de 1990, o termo vem sendo utilizado como estratégia na diferenciação de produtos pelos mais variados setores, tendência essa que também se reflete no setor têxtil. É neste contexto que se insere o presente projeto da Musa Fiber. Ao propor o desenvolvimento de fibras, fios, tecidos a partir do resíduo agrícola da produção de banana, desenvolvendo mão de obra e agregando qualidade no processo, a MusaFiber apresenta um produto diferenciado, sendo as vantagens competitivas: a matéria-prima sustentável, o baixo custo e a alta disponibilidade”, explica Ricardo Cecci, Especialista do SENAI CETIQT. 

 

O tecido feito da bananeira é tão forte e durável quanto qualquer tecido como cânhamo, bambu ou outras fibras naturais. Outra grande vantagem é na fase da produção, se comparar com o algodão, por exemplo, o tecido feito da bananeira requer muito menos água e agrotóxicos e não são geradas emissões de gases do efeito estufa para produzir a fibra individualmente, pois ela vem do reaproveitamento de algo que seria resíduo agrícola. 


“É uma fibra que temos disponível em abundância tanto no Brasil como no mundo. O tecido à base de banana gera impacto por ser um tecido sustentável, reciclável, renovável, com qualidade e preço competitivo. Ele vem para agregar uma nova possibilidade para a indústria, dando possibilidade das pessoas consumirem esse produto, e assim, diminuir o consumo de outros tecidos e materiais que causam maior impacto no meio ambiente como fibras derivadas de petróleo e algodão, por exemplo.” finaliza Leandro Alves, proprietário da empresa Musa Fiber.


  

O SENAI CETIQT 

O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT – é formado pela Faculdade SENAI CETIQT, Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras e Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção. Criado em 1949, é hoje um dos maiores centros de geração de conhecimento da cadeia produtiva química, têxtil e de confecção, setores que juntos geram cerca de 11,9 milhões de empregos no país. 

  

OS INSTITUTOS SENAI DE INOVAÇÃO 

A Rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional. 


A rede é composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. Desde a criação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso a diversas fontes de financiamento não reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII e possuem acesso direto a recursos para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação”.



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