Crise de reputação: 5 aprendizados que as startups podem extrair da série WeCrashed
junho 08, 2022
* Por Luís de Magalhães, sócio e head de PR da MOTIM
Do auge ao limbo. São inúmeras as histórias de empresas com esse tipo de trajetória, tão explorada por Hollywood. Recentemente, uma delas tem se destacado não só pelas atuações dos protagonistas Anne Hathaway e Jared Leto, mas também pela curiosa história em si.
A série WeCrashed, reproduzida pela Apple TV, conta a ascensão e queda de uma que já foi a terceira empresa privada mais valiosa do mundo, a WeWork. Além de mostrar temáticas bem comuns às startups, como aportes, expansão, dores de crescimento, burn out, entre outras, mostra como a excentricidade do fundador Adam Neumann foi, ao mesmo tempo, inspiradora e nociva à empresa.
Mais importante, a história expõe um entendimento de mercado cada vez mais disseminado para marcas de inovação: a reputação de marca é essencial para qualquer empresa, principalmente startups.
Não bastasse a criação de uma reputação, que exige um trabalho hercúleo de agências e comunicadores ao longo prazo, a manutenção dessa imagem é crucial para a sobrevivência de qualquer empresa. Abaixo, listo cinco dos principais aprendizados desta história que podem ser usados por startups e empresas de inovação.
1- Construa uma narrativa
Empresas com reputações sólidas vão mais longe. Com o entendimento de ser um investimento a longo prazo, a construção de imagem exige paciência e coerência. Por isso, a elaboração de uma narrativa assertiva e alinhada com os valores da marca é uma das melhores estratégias, principalmente para as empresas em early stage.
2 - Não atrele marca a apenas uma pessoa
Por incrível que pareça, esse erro é muito comum para marcas com lideranças fortes. Sim, a construção de imagem dos executivos e porta-vozes são essenciais para qualquer empresa. O erro está em limitar isso a apenas uma pessoa. Uma marca é feita por muitas cabeças pensantes. Por isso, uma marca ser reconhecida por mais de um de seus líderes ajuda a mitigar qualquer crise pessoal que possa estourar.
3 - Escute sua agência
Se cercar de pessoas que são especialistas em assuntos específicos não é suficiente. É preciso ouvi-los. Além do conhecimento técnico, esses profissionais possuem anos de experiência em comunicação e crise, conhecendo os atalhos para qualquer estratégia. Confie no processo.
4- Respeite seus investidores
Para empreendedores, uma das maiores satisfações é idealizar um conceito e aplicá-lo em um produto ou serviço. Quando outra pessoa ou empresa não só acredita, mas decide investir financeiramente na ideia da sua empresa, é preciso levar em consideração suas opiniões de maneira respeitosa. Afinal de contas, para todo investimento há uma expectativa de retorno financeiro. Ser criterioso na escolha deste parceiro financeiro e manter uma comunicação transparente é a chave para evitar crises.
5 - Coerência com os colaboradores
Nada adianta ter uma narrativa que mostre igualdade e ser uma empresa desigual. Muitas startups se preocupam com a percepção que a marca terá lá fora, antes de olhar para dentro. Lembre-se, ser uma empresa autêntica com o que acredita é o que vai engajar não somente investidores e mercado, mas também seus colaboradores.
*Luís de Magalhães é sócio e head de PR da MOTIM. Com mais de 10 anos de mercado, já trabalhou na reputação de grandes marcas como Samsung e Citroën no Brasil e na América Latina. Hoje é responsável por criar estratégias de reputação para empresas de inovação e tecnologia que estão revolucionando o mercado, como NotCo, Glorify e Freeletics.
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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