O médico Roberto Kalil falasobre burnout no “CNN Sinais Vitais”
maio 15, 2022
A ginasta Flávia Saraiva relembra como foi difícil
vencer a síndrome do esgotamento profissional
O episódio “Saúde Mental no Trabalho”, exibido neste domingo, 15 de maio (19h30), é sobre burnout, a síndrome de esgotamento profissional que atinge cada vez mais pessoas. No “CNN Sinais Vitais”, o médico Roberto Kalil conversacom especialistas sobre causas, sintomas e tratamentos, e apresenta a história da ginasta Flávia Saraiva, que sofreu com o problema.
Flávia conta que ficou doente em 2019, quando participou de mais de 10 competições, lesionou o joelho e ficou muito cansada. “Comecei a ter muita dificuldade para dormir. Dormia no máximo três horas por noite. Quem treina 7 horas por dia, precisa dormir no mínimo 8 horas. Chegava no ginásio e chorava, sentia medo”, lembra a atleta. Após entender que precisava de tratamento, Flávia continuou sofrendo. “Eu não podia estar dentro do ginásio para poder me curar. Eu tinha que estar fora. Só que eu pensava: como é que eu ia competir? Como é que eu vou me curar sendo que eu preciso treinar? E aí eu ficava nesse desespero, procurando, tentando voltar. As pessoas que me ajudaram muito foram meu treinador, as minhas colegas de treino, a minha psicóloga, minha família, porque eu precisava desse abraço”, relembra.
A médica Miryam Mazieiro, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), explica que o burnout é caracterizado pela exaustão emocional, a despersonalização e a baixa realização profissional. “A exaustão emocional, a característica dela é um esgotamento. A imagem que a gente pode fazer é de um palitinho de fósforo que queimou até o final. Então, se esgotou em termos de combustível, acabou”, explica.
“O termo ‘burnout’ foi criado há bastante tempo, tem mais ou menos 50 anos. E ele serve para designar um conjunto de sintomas, de alterações que as pessoas sentem quando estão expostas a um estresse prolongado no trabalho, que elas não conseguem lidar de uma maneira positiva”, esclarece o médico Eduardo de Castro Humes, coordenador do Ambulatório da Divisão de Psiquiatria e Psicologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, apesar de ser uma doença individual, ela contamina o grupo, por isso está associada a altas taxas de adoecimento em algumas populações.
Alexandrina Maria Meleiro, psiquiatra da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, afirma que o Brasil é um país com alto número de casos de ansiedade e depressão, o que torna o terreno fértil para a síndrome de burnout. “Nós temos uma incidência muito alta, uma prevalência de depressão e ansiedade, e claro que isso atinge o trabalhador. Em média, 30% são afastados, e é um dos motivos de mais incapacidade para o trabalhador”, afirma.
A consultora de saúde mental, álcool e outras drogas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), Catarina Dahl, comenta a entrada do burnout para a lista de doenças ocupacionais da OMS. A medida dá às pessoas diagnosticadas no mundo todo as mesmas garantias trabalhistas e previdenciárias previstas para as demais doenças do trabalho. Catarina explica que o burnout ocorre com mais frequência em determinadas profissões. “Trabalhadores da área da saúde submetidos a situações de extremo estresse, tendo que lidar com perdas muito significativas, com o medo de contaminação, com incerteza às vezes com condições de trabalho que não são favoráveis”, exemplifica.
*O “CNN Sinais Vitais”, com o médico Roberto Kalil, vai ao ar aos domingos às 19h30, pela CNN Brasil.
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