A diretora do Instituto Alana, Raquel Franzim, explica por que o ensino domiciliar representa um risco
Todos os aspectos relevantes do homeschooling são debatidos no “CNN Nosso Mundo” deste sábado, 28 de maio (23h45). Glória Vanique, Letícia Vidica, Rita Wu e Lia Bock conversam com Raquel Franzim, diretora de educação do Instituto Alana, sobre os principais aspectos do ensino domiciliar, no qual os pais ou responsáveis atuam como professores, sem que o aluno tenha que frequentar uma escola.
O tema pode parecer novidade: em 2018 o Supremo Tribunal Federal decidiu que a prática não era inconstitucional, mas precisaria ser regulamentada por lei. Agora, a Câmara de Deputados aprovou um projeto de lei para alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para instituir o ensino domiciliar, e o texto segue para o Senado.
A iniciativa foi criticada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que divulgou uma nota afirmando que o modelo priva crianças e adolescentes do direito de aprender. Raquel Franzim compartilha dessa opinião: “As famílias não dão conta, não porque são ruins, mas porque não é papel delas o ensino. Ensino e educação são coisas diferentes”, alerta. A educadora explica que tudo o que acontece na escola é absolutamente diferente do que acontece em casa. Segundo ela, “é o conjunto do que acontece na escola e em casa que promove a educação completa.”
Raquel esclarece que o direito à educação para crianças e adolescentes é uma conquista recente no Brasil. “Nós temos no máximo 30 anos, no Brasil, uma universalização desse direito à educação", lembra. Além disso, ela alerta que a escola exerce um papel muito mais amplo do que a educação no contexto da realidade social do País. “No Brasil, a escola é preventiva, promotora e protetiva. Diferentemente de outros países, no Brasil a escola é o único espaço que a criança tem para se devolver e acessar direitos”, argumenta.
Sobre o homeschooling, a educadora afirma que é impossível transformá-lo em uma prática para todos. “O homeschooling atende um grupo muito pequeno e privilegiado”, destaca. Raquel falou sobre a atual situação das escolas brasileiras, da desigualdade entre as crianças e da crise do ensino. Ela acha que é um risco manter as crianças estudando em casa e alerta: “Enquanto não tivermos todas as crianças protegidas, todas as crianças como prioridade absoluta, não dá pra gente flexibilizar algo que expõe crianças a violência.” .
O “CNN Nosso Mundo” vai ao ar sábado às 23h45.
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