Influenciadores fazem releitura de Manifesto Antropófago escrito por Oswald de Andrade

fevereiro 12, 2022

Indígenas, poetas, músicos e personalidades da periferia homenageiam centenário da Semana de Arte Moderna de 1922


Tupy or not tupy, that is the question é uma frase do Manifesto Antropófago, publicado em 1928 pelo modernista Oswald de Andrade. Usando como base o que sugeriu o escritor, artistas da periferia ‘deglutiram’ o seu texto e produziram uma releitura antropofágica - os vídeos serão parte das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna e estarão disponíveis no Instagram da Agenda Tarsila, plataforma criada para comemorar o centenário do movimento modernista, no ar desde o ano passado. Entre os convidados estão Akins Kinte, Ana Cacimba, Bianca Manicongo, Bobby Baq, Jô Freitas, Kimani, Luiza Romão, Mel Duarte, Oz Guarani e Souto MC.


Nesta contagem regressiva para o centenário, que começa oficialmente dia 13 de fevereiro, os artistas da periferia darão o seu tom e sua visão de releitura sobre o texto de Oswald de Andrade. A compositora de Diadema, Ana Cacimba, por exemplo, traz no seu olhar a diversidade cultural que nasceu com os índios e ganhou diversos tons ao longo dos últimos 500 anos, além da desigualdade social e o racismo estrutural que, infelizmente, ainda vivemos. “No matriarcado de Pindorama, só a antropofagia nos une. Nessa terra de festa e Carnaval, fome, racismo e falta de consciência social”, declama. “Da melodia do rap, negra peça de teatro/ Um novo alvorecer vai florescer liberdade/ 


E solano Trindade, devorar na fonte /Como um antropofágico/Sabedoria das aldeias quem reparte/ Não vê na fome o trágico/Que nois devolve ao povo em forma de arte”, completou o poeta, músico e escritor paulistano Akins Kinte, conhecido por seus versos marcados pela negritude. Os artistas trazem a representatividade - e a voz - que faltou no evento do início do século passado.

 

As homenagens estarão disponíveis a partir do dia 11 de fevereiro.


Sobre a Agenda Tarsila

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo lançou, em setembro do ano passado, a Agenda Tarsila, um braço fundamental do projeto “Modernismo Hoje”, concebido pela pasta para celebrar o legado da Semana de Arte Moderna de 1922. A iniciativa é um guia especial e único sobre a temática. Além de acompanhar a programação, o público poderá conferir a história do movimento modernista, curiosidades, galerias de fotos, entrevistas exclusivas com familiares, artistas contemporâneos e pesquisadores dos principais personagens que lançaram tendência no Movimento Modernista. O projeto também disponibiliza conteúdo nas redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, TikTok e Youtube) com diversas novidades envolvendo o centenário. Toda a gestão e produção da Agenda Tarsila é realizada pela Organização Social Amigos da Arte.

 

Ana Cacimba faz releitura de Manifesto Antropófago 

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