Dudu Nobre fala de samba, dos ídolos e da saudades da avó em bate papo com Tiago Abravanel
julho 17, 2021Com apenas 13 anos, Dudu Nobre entrou para a banda de Almir Guineto, um de seus ídolos no samba. Aos 15, dividia seu tempo entre tocar com Pedrinho da Flor e Dicró. E com 19, já fazia parte da banda de Zeca Pagodinho. A história de Dudu Nobre no samba começou cedo e ele contou a Tiago Abravanel um pouco da sua trajetória e carreira no Sai da Caixa que foi ao ar hoje, dia 14 de junho, no Canal UOL. Assista aqui.
“Primeiro veio o músico, aos 19 anos veio o compositor, quando comecei a ganhar realmente dinheiro com a música, e depois veio o cantor”, conta Dudu. Certa vez, em uma roda de samba, no programa do Faustão, todas as músicas que Beth Carvalho, Fundo de Quintal e Zeca Pagodinho cantavam, o apresentador fazia questão de falar que a composição de cada uma tinha a participação de Dudu Nobre. “Em certo momento, ele perguntou ao vivo: Mas quem é Dudu Nobre que está em todas? E o Zeca, muito generoso, apontou para mim na hora”, conta. Eram canções conhecidas como “Pro Amor Render”, “Com Toda Essa Gente”, “Levada desse Tantã” e “Posso Até Me Apaixonar” e no dia seguinte, Dudu conta que chegou uma avalanche de pedidos. “Eram cerca de sete pré-contratos de gravadoras, quatro produtores querendo fazer disco comigo e três empresários me procurando, foi uma loucura”, completa.
Sobre Zeca Pagodinho, um dos maiores sambistas na opinião dele (ao lado de Candeia, Martinho da Vila e Almir Guineto), Dudu conta uma história engraçada e que mostra o lado generoso de Zeca. “Um dia, ele estava com vários dias esgotados no antigo Metropolitam, no Rio, e depois da primeira noite de show, passou o dia comemorando no hotel que tava hospedado. No dia seguinte não tinha voz para cantar e eu cantei quase o show todo sozinho”, conta Dudu acrescentando que Zeca é mágico no palco e tem um carisma absurdo. “Falo com ele toda semana e tenho uma gratidão enorme por ser seu parceiro em várias composições e por tudo o que ele me ensinou e me orientou”.
Dudu Nobre contou que um dos dias mais difíceis da vida dele foi quando perdeu a avó Luciana. “Eu era filho de pai engenheiro, neto de vice-presidente de banco e minha mãe, negra, era filha de canavieiros. Minha avó não sabia o que era ter netos negros, o que era tem um negro na família. Mas, lembro que muito novo, eu fui a uma locadora pegar um filme e chamaram a polícia para mim. Ela ficou sabendo e foi lá arrumar uma confusão com a dona. Ela era colada comigo”, conta emocionado lembrando que no dia do falecimento dela, ele fez uma participação, ao vivo, no programa Bem Brasil, ao lado da Ivone Lara. Foi do velório, direto para o programa, e chorava a cada intervalo. “Eu aprendi que posso ter meus problemas, mas quando eu boto a cara na rua é para retribuir o carinho e a expectativa dos fãs”.
Como em todo episódio do Sai da Caixa, o artista escolhe músicas que fogem do seu repertório e Dudu Nobre escolheu “Vamos Dançar”, de Ed Motta para cantar ao lado de Tiago, e “Talismã”, sucesso na voz de Leandro e Leonardo. Mas o samba, claro, não ficou de fora. O cantor encerrou o programa com o clássico “No Mexe Mexe, no Bole Bole”.
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