Por que as cirurgias de feminização ainda geram polêmicas?

abril 13, 2021

Influencer transsexual, Aline Durso, gerou discussões nas redes ao compartilhar com seus seguidores o resultado da sua rinoplastia


(Foto: Reprodução/Instagram)

Na semana passada a cantora e influencer LGBTQ+, Alina Durso, que carrega uma legião de seguidores no Twitter, compartilhou uma série de tuítes explicando por que decidiu realizar uma rinoplastia e mostrou fotos do resultado. A postagem repercutiu muito na rede, chegando a mais de 60 mil curtidas.

Alina, que é uma mulher transsexual, relatou como o tratamento ajudou com um complexo seu. “Ontem eu realizei o maior sonho da minha vida e me libertei de uma das maiores disforias”, contou. Em sua conta do Twitter, ela ainda comenta que costumava aplicar uma grande quantidade de maquiagem para escondê-lo na hora de gravar vídeos para o seu Instagram.

Insatisfações com nossos traços são muito comuns, principalmente na era mais agitada dos procedimentos estéticos. Porém, existe uma linha de cirurgias que são usadas especialmente para mulheres que não se identificam com o sexo que nasceram, chamadas de feminização.

“Apesar do nome polêmico, a feminização nada mais é do que correções de alguns pontos do rosto que garantem a melhora da autoestima, o que não difere de qualquer outro tipo de cirurgia estética”, explica doutora Patricia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em procedimentos de cabeça e face.

Feminizar o rosto consiste em alterar a anatomia que é biologicamente mais comum em pessoas do sexo masculino, como a testa mais pronunciada, o nariz maior, a mandíbula quadrada e até o pomo de adão. Cirurgias como a frontoplastia, que diminuem a testa e a rinoplastia, como foi o caso de Alina, fazem parte desse conjunto.

Doutora Patricia conta que é possível realizar vários destes procedimentos ou pontualmente mudar algo que te incomoda. “Nada disso, obviamente, define o que é ser homem ou mulher, mas acho importante que a comunidade trans tenha liberdade para expressar o seu gênero como preferir,” complementa.

Mulheres todos os dias compartilham a alegria de realizar uma mudança em prol do seu bem-estar e autoestima, e com Alina não foi diferente. “Esse é o dia mais feliz da minha vida, me sinto completíssima”, disse a influencer aos seus seguidores.

Segundo a especialista, desde que se tenha um relacionamento de confiança com um profissional, e que ele que faça parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, é possível alcançar um resultado tão bom quanto o da influencer. “Pela minha experiência, cirurgias como essa são um passo importante na vida de pessoas que carregam complexos em relação a aparência. Esperamos que essa independência seja a cada dia mais habitual”, conclui a cirurgiã.

 

Sobre a Especialista:

CRM- SP 146410

Doutora Patricia Marques é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de mama, cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY, EUA.

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