Marcelo Segreto lança novo clipe de "Tordesilhas" com participação de Loli Molina
março 12, 2021Hoje, o cantor e compositor Marcelo Segreto lança seu novo videoclipe da canção “Tordesilhas” com participação especial da cantora argentina Loli Molina, que canta e atua no video juntamente com Segreto.
Loli Molina, atualmente residente no México, participou da faixa e do videoclipe gravando sua participação à distância e trazendo para o EP América, América (primeiro projeto solo do compositor da Filarmônica de Pasárgada) uma contribuição artística fundamental para a reflexão proposta pelas canções.
O disco (e especialmente a canção “Tordesilhas”) trata justamente da separação histórica e linguística entre o Brasil e os demais países da América Latina, mas igualmente do distanciamento social vivido pela população mundial em 2020. Dirigido por Martina Mattar, o videoclipe explora essas questões a partir da utilização de projeções das imagens dos dois artistas sobre livros em português e espanhol.
Apoiado por melodias solenes e com traços regionais, Marcelo Segreto reinventa a canção sul-americana, ausente do repertório do nosso hemisfério desde os anos 1960 e 1970. O EP “América, América” fala de fronteiras, afastamentos, saudades e desejos de reencontro, mas não apenas num plano pessoal (embora este exista com destaque).
As alusões a outros tempos, outros espaços e mesmo outras canções remetem também a sentimentos comunitários. Em “1492”, por exemplo, a letra ancora não apenas nas décadas citadas, mas também no presente convulsivo que vivemos. E o elo se faz de modo transparente, com seus contrastes inevitáveis entre personagens e situações históricas.
Mas, diferentemente da produção engajada do século passado, o compositor trata com esmero especial o plano sonoro, não só na melodia e no arranjo instrumental, mas também criando jogos com sílabas, assonâncias e nomes próprios.
Contando ainda com a participação afinadíssima da cantora Loli Molina, a separação-união dos países vizinhos (especialmente, Brasil e Argentina) ganha as cores e dores do portunhol poético. É o que sentimos ao ouvir “Tordesilhas” e “América, América”. Trata-se de trabalho que prenuncia algo que ainda não sabemos bem o que será. Melhor ouvi-lo.
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