Especialista fala sobre mitos e verdades do transplante capilar

março 23, 2021

A busca pelo transplante capilar vem crescendo a cada dia, impulsionada por alguns fatores, como o fato de vários famosos terem feito. O último caso que tem se visto muito na mídia é o do ator Malvino Salvador, que se submeteu ao procedimento recentemente. Apesar de não ser algo novo, o transplante capilar tem ganhado força nos últimos anos e, por isso, é um tema que carrega muitas dúvidas. 


A Cirurgiã Plástica e especialista em transplante, Dra. Cíntia Carvalho reuniu as principais dúvidas sobre o procedimento, que é indicado para quem sofre de alopecia androgenética, mais conhecida como calvície. A médica é especialista em transplante por FUE, técnica minimamente invasiva e que tem como principal característica, a naturalidade do resultado:


Tem idade mínima para fazer transplante capilar.
MITO. Não existe uma idade mínima, mas o que sempre sugerimos para pacientes jovens é fazer o tratamento clínico com medicamentos para estabilizar a queda antes de fazer o transplante e assim, preservar a área doadora. Como a estabilização completa da calvície ocorre, normalmente, por volta dos 50 anos, em pacientes jovens que têm indicação de transplante, também indicamos continuar o tratamento após a cirurgia para manter a área doadora saudável caso precise de outros procedimentos ao longo da vida; 

Mulheres também podem fazer.
VERDADE. O transplante pode ser feito por homens e mulheres. Porém, como a calvíce é muito mais comum em homens e se comporta de maneira diferente no sexo feminino, é comum que as mulheres opem por tratamentos clínicos antes de se submeterm ao processo cirúrgico. As mulheres que não forem com a alopecia androgenética, mas têm a testa mais larga, também podem fazer o procedimento, onde construímos toda sua hairline, que é aquela primeira faixa de cabelo e que dá forma ao rosto, trazendo harmonia para a paciente. 

Quando fazemos transplante, o cabelo se multiplica.
MITO. O transplante não é sobre multiplicar fios, mas sobre redistribuir os mesmos. No transplante, usamos folículos (de 1 a 5 fios) da região saudável, que não é afetada pela calvície. No processo, fazemos a redistribuição de forma irregular para preencher as falhas de forma muito natural. Importante: a área doadora é finita, ou seja, de onde extraímos os folículos não nascem mais fios, já que suas estruturas são retiradas por completo. Por isso é fundamental que o médico tenha muita habilidade, para fazer a extração de forma a não comprometer a área doadora.

A área doadora só pode ser da cabeça do paciente.
MITO. Também podemos usar folículos da barba e dos pelos do tórax. Se o paciente não tem uma área doadora densa e que pode ser comprometida, o ideal é avaliar também essas regiões para não deixar falhas grandes na cabeça do paciente. O transplante precisa entregar naturalidade e resolver o desconforto do paciente e não causar mais um problema. 

O cabelo transplantado pode cair.
MITO. Os fios transplantados não caem, pois eles carregam as características da área doadora, que não sofre com a alopecia androgenética. Porém, se o procedimento for feito antes da calvície se estabilizar, podem ocorrer quedas nas regiões que sofrem com a doença. Por isso é muito importante uma avaliação completa de cada caso, para ver se há a indicação de tratamentos clínicos depois da cirurgia. 

Calvície em graus mais avançados não têm recuperação. 
MITO. Para calvícies mais extensas, é muito importante um plano cirúrgico bem estratégico para manter a área doadora saudável, caso seja necessário mais de um transplante - que pode ser necessário, dependendo do resultado desejado. Exemplo: se o paciente tem entradas e coroa extensas e sua área doadora não é tão densa, é preciso entender o que mais o incomoda para implantar os folículos de forma estratégica para não ficar falhado e nem esgotar sua área doadora. 

Preciso raspar o cabelo para operar.
MITO se for para transplante em mulheres e VERDADE se for em homens. A diferença é porque no caso dos homens, precisamos raspar tudo para ter uma visão melhor da distribuição que faremos. No caso das mulheres, como a calvície é mais uniforme, conseguimos raspar apenas uma faixa de área doadora - que geralmente fica na perto do pescoço - e fazemos de forma com que fique escondido.

O pós operatório é complexo.
MITO. O transplante é uma cirurgia e, por isso, requer alguns cuidados, mas está longe de ser algo complexo. O paciente tem alta no mesmo dia e pode ter um leve incômodo nos primeiros dias, que pode ser controlado com analgésicos em casa mesmo. A região que recebeu os folículos precisa de cuidados especiais nas primeiras semanas, como posição certa para dormir e forma correta de lavar os fios, mas tudo é sempre muito bem orientado pela equipe da Dra.

Não posso usar cabelo de outra pessoa.
VERDADE. O transplante precisa ser feito com os folículos do próprio paciente pois sempre há chances de rejeição. Lembrando que as áreas doadoras podem ser: cabeça, barba e pelos do tórax. 
 
Sobre a Dra. Cintia Carvalho
Graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e com residência em Cirurgia Geral e Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar (ABCRC).

Especialista em transplante capilar, ela opera, exclusivamente, por meio da técnica FUE (Follicular Unit Extraction), que é um procedimento moderno, pouco invasivo e com recuperação mais rápida que as demais técnicas.

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