Hidrossalpinge: o que é e como tratar
fevereiro 08, 2021Uma condição ginecológica pouco conhecida e que pode ser silenciosa é a hidrossalpinge. Trata-se de uma alteração em que o acúmulo de líquidos causa obstrução em uma ou em ambas as trompas de Falópio, as tubas uterinas.
As causas são variadas, desde doenças infecciosas ou inflamações anteriores. Geralmente, não apresenta sintomas e só pode ser diagnosticada com exames periódicos. Quanto maior for a dilatação e a inflamação, a tuba pode liberar mais líquido, o que indica a gravidade do caso.
Muitas vezes, a mulher se surpreende ao ouvir do ginecologista que este problema pode ser o motivo que atrapalha ou impede uma gravidez. Isso aumenta a importância do diagnóstico para o tratamento correto conforme o caso.
Causas da hidrossalpinge
O acúmulo de líquidos em uma ou nas duas trompas pode ter várias origens: endometriose, presença de aderências na região pélvica, realização de cirurgias ginecológicas, tumores nas tubas uterinas ou em órgãos próximos.
Também podem estar entre as causas as infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia, sífilis e gonorreia. Elas causam inflamação que destrói a camisa interna, aumentando a secreção e o acúmulo de líquidos nas trompas.
A condição ainda pode estar relacionada à doença inflamatória pélvica, que ocorre quando as infecções ginecológicas não recebem tratamento correto.
Hidrossalpinge e infertilidade
A hidrossalpinge pode atrapalhar a fertilidade da mulher. O motivo é que o encontro do óvulo pelo espermatozoide ocorre na trompa. Se houver uma obstrução, o espermatozoide não chega ao local correto da fecundação. O acúmulo de líquido pode ainda comprometer a liberação do ovócito.
Mesmo que haja o encontro, a dilatação, a inflamação e até mesmo o líquido presente na trompa não permitem um ambiente propício para a fertilização e a implantação do embrião no útero. Isso pode resultar em um aborto espontâneo.
Todos estes fatores tornam a gravidez mais difícil para quem sofre de hidrossalpinge. A paciente precisa discutir com o ginecologista quais os procedimentos e os tratamentos necessários para conseguir uma gestação, conforme as características do quadro diagnosticado.
Sintomas e diagnóstico
Há casos que não há registro de sinais ou sintomas. Em outros, as pacientes relatam dores abdominais, inchaço, corrimento vaginal de aspecto e cores diferentes do muco saudável. Algumas mulheres queixam-se de sangramento fora do período menstrual, dor durante a relação sexual e até mesmo febre.
A patologia pode ser descoberta durante os exames ginecológicos de rotina ou alguns mais específicos para investigar por que a paciente estaria com dificuldades para ter ou manter uma gestação.
Exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal, a histerossalpingografia, ou uma tomografia uterina costumam ser solicitados. Em um quadro mais complicado, pode ser feita uma videolaparoscopia diagnóstica.
Tratamento
Os procedimentos são definidos conforme os motivos, os sinais e a gravidade do caso da paciente. Em muitos, o ginecologista receita antibióticos para combater o agente causador da infecção. Também podem ser indicados medicamentos para aliviar os sintomas e regular o ciclo menstrual.
Outro procedimento é a realização de cirurgia para desobstrução das trompas, eliminando o excesso de líquido e evitando que se espalhe no útero. Em casos mais graves, pode ser necessária a remoção total ou parcial das tubas uterinas e de outras estruturas afetadas.
Atualmente, especialistas recomendam a videolaparoscopia como opção de intervenção, por ser mais rápida e com menos dor no pós-operatório que a cirurgia com a barriga aberta.
Se apenas uma tuba for retirada, a paciente ainda terá chances de uma futura gravidez natural. No entanto, caso seja necessária a remoção das duas, a única opção de uma gestação será por meio de uma fertilização in vitro.
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