Ilustres moradoras, emas encantam em residencial de Goiânia

janeiro 13, 2021

 Condomínio horizontal na capital proporciona relação amigável com a maior ave das Américas

Créditos: Studio OnzeOnze

Já pensou em morar em um lugar e poder encontrar uma ema a qualquer instante? É assim que vivem os moradores do Residencial Aldeia do Vale, em Goiânia. O condomínio horizontal é reconhecido pela integração com a natureza, afinal possui 4 milhões de m² de área verde total, sendo 1,5 milhão de m² de área verde permanente e 18 lagos com nascentes próprias. É neste vasto ambiente que as emas circulam livremente, mas são cuidadas pelos funcionários do local sob a orientação do médico veterinário e mestre em biologia William Pires de Oliveira.

 

Um animal que atrai os olhares por onde passa, a ema é considerada a maior ave das Américas, chega a medir 1,70 metro e a pesar até 34 quilos. Onívora, o animal, que vive em grupo, se alimenta de folhas verdes, frutos e sementes, além de insetos e pequenos invertebrados. Uma curiosidade é que costuma ingerir pedrinhas para ajudar na trituração dos alimentos. Outra curiosidade  é que elas não voam, mas podem atravessar rios a nado quando perseguidas ou mesmo correr a 60 km/h em zigue-zague. 

 

Créditos: Artur Pinho 

No Aldeia do Vale, além de pastar pelo condomínio, elas são alimentadas com suplemento alimentar, colocados em cochos espalhados pelo residencial, que abriga cerca de 200 emas. "A criação das emas no condomínio começou quando um morador fez a doação de cerca de seis animais. Estou aqui desde 2003 fazendo essa assessoria técnica orientando os colaboradores do residencial e fazendo a prestação de contas junto aos órgãos ambientais”, explica o veterinário.

 

E na espécie, a criação dos filhos é compartilhada. São  os machos que chocam e criam os filhotes. O condomínio possui um criadouro, que recebe os pequenos assim que eles são separados dos pais. “Primeiro eles ficam em um galpão fechado e depois vão para um criatório cercado por tela. Os filhotes são separados por tamanho, à medida que vão crescendo passam para um criadouro maior e quando completam seis meses são soltos novamente no condomínio ou doados”. 

 

Convivência 
O especialista ressalta que o convívio entre moradores e emas é tranquilo no Aldeia do Vale. “Já faz parte da vida das pessoas essa relação de integração com as aves e os demais animais existentes no residencial”, detalha. William salienta também sua atuação no local. “Aqui é muito grande e os animais têm espaço para se desenvolver. Trabalhar onde os animais são bem tratados é muito fácil”, afirma o veterinário.

 

O empresário Flávio Mendes de Souza, de 42 anos, e sua família reforçam isso. Ele comprou um terreno no condomínio no começo da pandemia e ainda está no início da construção da casa, mas vai ao residencial toda semana para aproveitar o contato com a natureza. “No dia que fechei o negócio tinha cerca de 12 emas em frente ao lote que ia comprar. Então essa convivência com os animais foi algo decisivo para mim, nem precisarei mais ir para a fazenda da família”, brinca ele, que vive atualmente em um apartamento no Setor Bueno.

 

Créditos: Artur Pinho 

Flávio é casado e possui um casal de filhos, com 5 e 2 anos, e relata que eles estão encantados com o Aldeia do Vale, onde aproveitam para andar de bicicleta também. “As crianças não conheciam as emas ainda e minha filha mais nova, quer sempre correr atrás delas. Os dois adoram ver os animais pelo condomínio, já viram tucano, tatu, raposa, veado e muitos outros. Aqui teremos uma qualidade de vida muito boa, principalmente para eles, pois a integração com o verde é muito boa”, ressalta o futuro morador.

 

Diferença 
Prima distante da avestruz, a ema é frequentemente confundida  com ela. Mas a avestruz é maior, chega a 2,05 metros, e consequentemente é mais pesada. Além disso, a avestruz possui a plumagem escura e dois dedos nas patas, enquanto as emas possuem as penas pardo acinzentadas e três dedos. A ema vem da Austrália e o avestruz da África. As aves são membros da família Ratite dos pássaros, caracterizadas por serem de grande porte, pernaltas (pernas longas e sem penas) e não voar, mas serem ótimas corredoras. 

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