SEX SHOP VIRTUAL FATURA R$6 MILHÕES COM UMA NOVA ABORDAGEM DA SEXUALIDADE
novembro 25, 2020No mercado desde 2011, Dona Coelha surgiu após sócios perceberem a dificuldade das mulheres para adquirir um produto erótico.
Brasil é 59º no ranking de países que mais buscam por produtos eróticos no Google.
São Paulo, novembro de 2020 – “Quem disse que tudo que diz respeito a sexo precisa ser vermelho e piscar?”. Essas foram as palavras de Natali Gutierrez, sócia-fundadora do sex shop Dona Coelha, quando se referiu ao motivo da repercussão positiva do seu negócio ao longo dos últimos anos. A loja, que está presente exclusivamente no ambiente digital, faturou R$ 6 milhões apenas nos meses de janeiro a setembro de 2020.
Segundo Natali, que conduz o negócio junto ao seu marido e sócio, Renan de Paula, este sucesso é atribuído a nova perspectiva dada a um tema que na essência ainda é considerado um tabu – principalmente para as mulheres. “Apesar de alguns pensarem no Brasil como um país liberal, a realidade mostra que a nossa sociedade ainda vê o sexo como algo errado. Por isso, a principal missão da Dona Coelha foi, e sempre será, desmistificar a sexualidade e gerar um manifesto onde todos se sintam à vontade para falar sobre esse assunto sem vergonha ou sentimento de julgamento”, enfatiza a empresária.
De acordo com dados recentes levantados pela Vouchercloud, o Brasil ocupa a 59ª posição do ranking de países que mais buscam produtos eróticos no Google. Dinamarca, Suécia e Groenlândia ocupam os três primeiros lugares, respectivamente. Este dado reflete, principalmente, a realidade conservadora do país e a necessidade de tratar o tema com o máximo de cuidado.
Para a Dona Coelha, uma saída foi promover um atendimento diferenciado, a fim de prestar uma espécie de consultoria para os clientes. Isso permitiu que entendessem a necessidade de cada cliente e promovessem o empoderamento de cada mulher por meio da sexualidade. O blog, Instagram e canal no Youtube, também foram peças importantes para o desenvolvimento da marca. Muito mais do que promover a loja, as plataformas divulgam um conteúdo voltado para a educação sexual e, mais ainda, sobre os debates de gênero.
“Desde o início nos preocupamos em olhar a sexualidade de uma nova perspectiva. Aquela em que a educação sexual não é abordada com vulgaridade ou, até, de forma ginecológica. Transmitimos a mensagem de forma leve e divertida”, completou Natali.
Mercado erótico na quarentena
O confinamento foi um bom momento para trazer à tona uma discussão que há muito era postergada: os prazeres do sexo sozinho e da masturbação. E quando o assunto é usufruir da própria companhia, os sex toys sempre dão aquele empurrãozinho. “Desde o início do isolamento social até agora, as vendas aumentaram 475%, uma marca incrivelmente maior do que a prevista pela ABEME”, completou a empresária.
Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME), a pandemia causada pelo novo coronavírus seria responsável por um aumento de 12% nas vendas de produtos eróticos.
Linha própria
Para a Dona Coelha, a flexibilização das medidas de isolamento contra a Covid-19 vem em conjunto com o desafio de manter o crescimento mesmo após um eventual fim do isolamento. Mas isso não é motivo para desanimar o casal Natali e Renan. Muito pelo contrário. A principal medida adotada foi a criação de uma linha própria de produtos.
Em junho, para aproveitar o período que antecede o Dia dos Namorados, a marca lançou o kit presenteável Encontros Íntimos. Trata-se de um kit surpresa, composto por 13 produtos selecionados, que visa promover uma experiência sensorial completa. Já em setembro foi a vez da linha Good Vibes, composta por um bullet e um vibrador rabbit, ambos recarregáveis.
Todos os produtos estão disponíveis no site da Dona Coelha.
Como surgiu a Dona Coelha?
A história da Dona Coelha começou em 2011, quando, em uma conversa descontraída sobre sexo, Renan incentivou Natali a criar um blog para debater sobre o assunto com o público. “Tínhamos um hábito forte de conversar sobre o tema em momentos de descontração. Como nunca tive medo ou vergonha de falar sobre isso, ele me encorajou a começar o Dona Coelha, uma plataforma que trouxesse conteúdo sobre sexo, relacionamento e também reviews de produtos, sem tabus ou julgamentos”, afirmou Natali Gutierrez, formada em relações públicas e sócia do negócio.
No mesmo período, Natali comprou R$600 em produtos eróticos direto de um fornecedor: “Em uma semana eu já havia vendido tudo e dobrado o valor investido inicialmente”, completou.
Após descobrir essa aptidão, Nat (como é chamada por aqueles que a acompanham nas redes sociais) continuou o trabalho de revenda e, em 2016, decidiu investir, junto ao seu marido, em uma loja virtual para venda desses produtos eróticos.
Sobre o casal
Natali Gutierrez tem 29 anos e é pós graduanda em educação sexual, pela UNISAL e graduada em relações públicas, pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), e também é especialista em sex toys. Trabalhou na área de marketing e eventos no terceiro setor e na iniciativa privada antes de criar a Dona Coelha.
Formado em publicidade pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), Renan de Paula, 33 anos, possui MBA em administração de empresas com especialização em marketing digital e empreendedorismo. Trabalhou em agências de publicidade, consultoria de branding, e-commerce e startups antes de começar a Dona Coelha.
0 comments
Deixe sua opinião sobre o post: Não esqueça de curtir e compartilhar