Ter participado do miss mercado persa um dos maiores eventos de dança do ventre e cultura árabe do mundo no ultimo dia 12 de abril, foi um grande exercício para mim, eu não sou diferente da maioria das #meninas, eu sofri #bullying quando era #crianca e #adolescente, o motivo: minha #aparência, ser #gordinha, ter cabelo #enrolado, ser #atrapalhada, ter #dislexia, eu era chamada de medusa na #escola. Se me #machucou? Machucou sim, mas também me fez mais #forte, me deixou com dor de estômago por muito tempo, com uma #mega baixa #autoestima,
com medo de encarar as coisas de frente e me fazia tremer toda vez que
eu subia no palco, mas eu não podia viver pra sempre com medo,
escondida, eu tinha de encarar, por que muitas coisas na #vida são uma questão de guerra e as vezes o seu pior inimigo é apenas você mesmo!! Ser miss não era uma questão de ganhar, ser miss não era a aprovação da minha #beleza,
porque eu me sinto bela, ser miss era ter de enfrentar o meu maior medo e
sair mais forte disso!!
No colégio por um período que não foi nada breve, durando da segunda serie até a sexta, eu convivi bem de perto com o bullying, por incrível que pareça a culpa não era dos meus colegas e sim dos professores (as) que viam um deboche particular em ressaltar a minha pouca habilidade visual, incontáveis vezes eu fui chamada até o quadro para exercícios de matemática que eu se quer enxergava e quando errava, o que acontecia sempre, iniciavam-se as humilhações, isso motivou todas as demais "agressões" verbais e físicas por parte dos meus colegas e as poucas amizades que cultivei no período, tudo em mim era motivava os constrangimentos o meu cabelo, a minha pele branca e por fim o excesso de peso que acumulei graças ao pânico que sentia de ir ao colégio descontando na comida, era estranho eu havia perdido um irmão recentemente, tinha vários problemas em casa e ainda tinha de passar por tudo aquilo na escola, me lembro de um dia quando não suportei mais a pressão da sala na 3 ou 4 serie, abandonando a aula, para não deixar que me vissem chorar, de a professora ter vindo furiosa atrás de mim no corredor, lembro da pergunta que fiz a ela: "Será que você não pensa em tudo que estou passando? Será que não vê como é a minha vida e quantos problemas eu tenho? Eu perdi meu pai, eu perdi meu irmão, por que você faz tudo isso comigo?" Lembro dela ter me olhado perplexa, pelo fato de eu não aceitar receber aquele tratamento, na cabeça dela era minha obrigação aceitar aquilo, até hoje penso como gente assim pode estar por ai dando aula. Se eu reclamei em casa? Reclamei algumas centenas de milhares de vezes, apenas! Se me viram machucada em casa? Viram! O que acontecia? O que acontece sempre, se você é aluno, você é o culpado por absolutamente todos e quais quer erros de conduta da escola, a culpa sempre foi minha, eu não aprendia por que era preguiçosa, não por que a sala era mapeada e eu estava sentada na ultima cadeira, eu estava machucada apenas por que eu não aceitava simplesmente a agressão dos meus colegas e não ia correndo chorar para o diretor, e eu não ia pelo simples fato de que se eu não me defendesse, cara a coisa ia ficar bem feia pra mim! E claro se eu estivesse apanhando a professora não fazia nada, mas se eu me defendesse, ai sim eu era culpada! Como a dislexia possui suas fases na sétima serie eu comecei a ter muitas dores de cabeça, o que fez a minha avó desconfiar que havia algo realmente errado com a minha visão e me levar ao oculista, eu tinha um grau leve de astigmatismo que justificava a dor de cabeça e a dificuldade de ler, apesar de o oculista achar bem estranho tanta dificuldade de enxergar em um grau tão baixo, foi quando minha avó foi até a escola tirar satisfações, achando um absurdo terem criticado por tanto tempo a minha conduta escolar e nunca terem visto que eu não enxergava, então a pressão começou a aliviar, eu havia emagrecido, meu cabelo andava mais bonito, comecei a fazer mais amigos, mas por muito tempo eu carreguei comigo o peso de tudo aquilo, não posso negar ainda havia um resquício dele algo que precisava terminar de matar e ter participado do Miss Mercado Persa 2015 fez isso por mim. Eu não ganhei na minha categoria Brilhante, outras três meninas lindas (que assim que postarem o nome delas e fotos estarão aqui) ganharam, alias três meninas lindas de cada categoria ganharam e como vocês podem ver na foto acima eram todas lindíssimas, mas como eu digo sempre haviam 3 lugares e alguns não seriam escolhidos, o que não diminui ninguém, eu sei que ganhei muito mais que uma medalha nesse dia, eu ganhei força, eu venci algo que havia dentro de mim, do qual eu não gostava e com o qual eu não queria mais conviver, essa foi a minha maior vitória! E claro que eu sempre amei o filme "Miss Simpatia" e sempre sonhei em viver um momento igual, agora como diria meu melhor amigo: "Se a gente fica em casa, a gente não vive um momento como esse!" Então meus queridos se eu não tivesse enfrentado esse medo eu jamais teria vivido essa experiência tão fantástica e vou dizer para vocês QUE MOMENTO!!! Ninguém é feliz com medo, então pense nisso! (me siga no instagram@persephonevanessamaria )
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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